Agronegócio

Exportações do agronegócio no ano crescem 6,8% para US$ 56,4 bilhões

As exportações do agronegócio brasileiro nos primeiros sete meses deste ano atingiram US$ 56,40 bilhões, o maior valor para o período nos últimos três anos e 6,8% superior a receita de US$ 52,81 bilhões registrada em igual período de 2016. O volume exportado recuou para a maioria dos principais produtos. O saldo superavitário do agronegócio passou de US$ 45,58 bilhões para US$ 48,05 bilhões.

O estudo elaborado pela Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura mostram que a participação do agronegócio na balança comercial caiu de 49,6% de janeiro a julho do ano passado para 44,6% neste ano.

A redução se deve ao aumento de 18,7% (inferior a outros setores) na receita total, para US$ 126,471 bilhões. As vendas externas dos demais setores cresceu 30% para US$ 70,076 bilhões, com destaque para minério de ferro e seus concentrados (+72,8%) e óleo brutos de petróleo (+117,9%).

Soja
O principal setor exportador do agronegócio brasileiro foi o complexo soja (US$ 23,01 bilhões; +13,5%), com participação que chegou a 40,8% do total da receita do agronegócio nesses sete primeiros meses de 2017. As exportações de soja em grão atingiram o patamar recorde de 50,9 milhões de toneladas, uma elevação de 14,9% em relação à quantidade exportada em 2016 (44,4 milhões de toneladas) ou um acréscimo de 6,6 milhões de toneladas.

Os técnicos do Ministério da Agricultura lembram que a produção brasileira de soja foi de 113,9 milhões de toneladas ou 18,5 milhões de toneladas superior à safra 2015/2016. “A elevação da quantidade exportada de soja deste ano representou cerca de um terço do aumento da produção. Com efeito, a porcentagem exportada de soja diminuiu, passando de 46,5% entre janeiro e julho de 2016 para 44,7% do total da safra entre janeiro e julho de 2017. Ainda no setor, as vendas externas de farelo de soja caíram 8,5%, atingindo US$ 3,12 bilhões, e as exportações de óleo de soja cresceram 26,4%, chegando a US$ 685,61 milhões,”

Carnes
Segundo o estudo, as exportações de carnes somaram US$ 8,64 bilhão, o que significou uma expansão de 5,9% entre janeiro e julho de 2017, na comparação com janeiro e julho de 2016. “Numa análise conjunta para os vários tipos de carnes, pode-se dizer que houve incremento do valor exportado pelo setor em função do aumento médio dos preços internacionais do produto (+10,6%), uma vez que a quantidade exportada caiu 4,2%.”

A carne suína foi o destaque, com expansão de 26,0% nas vendas externas, que passaram de US$ 747,62 milhões para US$ 942,07 milhões no período em análise. O crescimento das vendas ocorreu em função, principalmente, da elevação do preço médio de exportação, que subiu 30,1%. Por sua vez, a quantidade exportada caiu 3,2%. A carne de frango e a carne bovina tiveram o mesmo comportamento, com crescimento no preço médio de exportação, 10,6% e 5,9%, respectivamente, enquanto a quantidade exportada recuou 5,0% e 4,5%.

Etanol e açúcar
O complexo sucroalcooleiro ficou na terceira posição dentre os setores exportadores com US$ 7,00 bilhões em vendas externas. O açúcar foi o principal produto exportado do setor, atingindo US$ 6,56 bilhões exportados (+31,3%). O volume exportado de açúcar permaneceu quase estagnado (+0,2%), mas os preços internacionais subiram 31,1%. As exportações de álcool caíram de US$ 625,29 milhões entre janeiro e julho de 2016 para US$ 439,73 milhões entre janeiro e julho de 2017 (-29,8%).

Florestas
Na quarta posição dentre os principais setores exportadores do agronegócio ficaram os produtos florestais. Foram US$ 6,37 bilhões em exportações (+8,8%). O principal produto exportado do setor foi a celulose, com US$ 3,51 bilhões em vendas externas. O produto bateu recorde de exportações tanto em quantidade como em valor. As exportações de madeiras e suas obras, segundo principal produto do setor, ficaram em US$ 1,77 bilhão (+13,3%).

Café
As vendas externas de café subiram de US$ 2,72 bilhões entre janeiro e julho de 2016 para US$ 2,94 bilhões entre janeiro e julho de 2017 (+8,2%). A quantidade exportada caiu 7,0% enquanto o preço médio de exportação subiu 16,4%. As exportações de café verde foram de US$ 2,55 bilhões (+7,3%), já as vendas externas de café solúvel ficaram em US$ 337,07 milhões.

Os cinco setores acima analisados foram responsáveis por 85,0% das exportações do agronegócio brasileiro entre janeiro e julho de 2017. No mesmo período de 2016, os mesmos setores foram responsáveis por 80,7% das vendas externas do setor. Ou seja, houve um incremento de 4,3 pontos percentuais na participação dos cinco principais setores exportadores, o que significa uma concentração da pauta exportadora nesses setores. Os demais setores exportadores do agronegócio, vinte ao todo, diminuíram em valores absolutos suas exportações, que passaram de US$ 10,19 bilhões entre janeiro e julho de 2016 para US$ 8,44 bilhões entre janeiro e julho de 2017 (-17,2%).

A exportação brasileira do agronegócio atingiu US$ 8,26 bilhões em julho de 2017, cifra 5,8% superior à registrada em igual mês de 2016, de US$ 7,81 bilhões. Do lado da importação, sob o mesmo período comparativo, registrou-se recuo de 8,3%, caindo de US$ 1,14 bilhão para US$ 1,05 bilhão. Esses resultados propiciaram aumento do superávit comercial do agronegócio, elevando-se de US$ 6,67 bilhões em julho de 2016 para US$ 7,22 bilhões em julho de 2017.

Milho
Um dos destaques no mês passado foi o milho, cujos embarques atingiram 2,3 milhões de toneladas, incremento de 122,2% em relação ao mesmo mês 2016, período em que foram exportadas 1 milhão de toneladas. O aumento no volume permitiu o incremento das receitas de exportação de US$ 184 milhões para US$ 357 milhões. Os principais destinos foram Irã (623 mil t), Egito (359 mil t), Vietnã (306 mil t), Israel (152 mil t), Malásia (150 mil t) e Coreia do Sul (133 mil t).

Redação

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