Faltam ainda 11 meses para o início do período eleitoral, mas algumas figuras já se colocam à mostra com ensaios de campanhas. No próximo ano, os brasileiros terão que votar para senador, deputado federal e governador, e a articulação em torno de nomes já podem ser vistas oficial ou implicitamente.
É o caso do vice-governador e secretário Meio Ambiente, Carlos Fávaro (PSD). Na atual conjectura, encabeçada pelo governador Pedro Taques (PSDB), Fávaro se declara como apoiador da eventual campanha de reeleição de Taques para um novo mandato.
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No entanto, o ex-senador Júlio Campos (DEM) já disse que Fávaro é um potencial candidato para campanha a cargos majoritários (governador ou senador) em 2018. Segundo o democrata, Fávaro é “um homem inteligente, que não deve ser descartado”. A declaração não confirma uma guinada das pretensões políticas do vice-governador, mas também não é descabida.
No perfil em rede social, já se encontram vídeos da Fávaro com apresentação como figura que agrega “as qualidades políticas”. Em composição de produção cuidadosa, postada no fim de julho, Fávaro se associa ao cotidiano de pequenos produtores, apontando para a mudança para “um Mato Grosso e um Brasil melhores”.
O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) também tem utilizado postagens em rede social para promover seu nome sutilmente. Em um dos vídeos postados em agosto, o peemedebista, que exerce seu quarto mandato de deputado federal, é mais enfático na promoção de seu nome, com declarações de servidores para municípios.
Em um vídeo, ele aparece acompanhado de sua mulher e secretária no Ministério do Turismo, Teté Bezerra (PMDB), e pelo prefeito de Guiratinga (317 km de Cuiabá), Humberto Domingues (PSDB).
Bezerra promete direcionar verbas para serviços de saneamento básico e pavimentação de estradas. “Conheço Guiratinga há muito, minha primeira irmã nasceu em Guiratinga porque nossa família morava aí”, diz.
Nos bastidores, a informação é de que Carlos Bezerra se candidatará a uma vaga no Senado. Ele voltaria para o cargo 16 anos depois de cumprir o primeiro mandato de senador.
A campanha em redes sociais já começou, diz analista
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A internet, que já foi destaque nas campanhas do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, e do atual, Donald Trump, ainda é ferramenta pouco utilizada no Brasil. As atenções se voltaram para a área somente no ano passado com as novas regras eleitorais.
Conforme o consultor de marketing digital Alberto Valle, diretor da Academia do Marketing, do Rio de Janeiro, as campanhas de 2018 por redes sociais e sites de candidatos e partidos devem se concentrar nas majoritárias, com aumento no staff de candidatos de profissionais usando técnicas e ferramentas de primeira linha para chegar ao eleitor, mudança que já foi percebida nas eleições municipais de 2016.
“Embora o cenário político para as eleições de 2018 ainda não esteja definido em termos de coligações e até mesmo de candidatos, em termos de marketing político digital as campanhas já estão sendo estruturadas e o relacionamento com o eleitorado já está sendo feito”.
Segundo ele, o maior espaço nos bastidores de campanha para equipes mais profissionalizadas ocorre por fracassos e amadorismos acontecidos no ano passado. Ele, no entanto, contesta as versões que atribuem as vitórias de Obama, por exemplo, à simples participação do então candidato em redes sociais. Ele diz que foi erro de marketing cometido por brasileiros em 2016.
Valle afirma que os tipos de canal de comunicação (rádio, TV, internet) precisam estar sintonizados, mas funcionam com linguagem própria. E neste ano a estimativa é que as redes sociais sejam utilizadas de maneira mais elaborada.
“Nas últimas eleições, muitos candidatos, ao perceberem a forte presença digital de seus concorrentes na internet, entraram em pânico e já no período de campanha saíram como loucos em busca de seguidores no Twitter e fãs no Facebook para tentar conquistar algum espaço”.
TRE diz que políticos podem ser multados e perder espaço partidário
O coordenador da Corregedoria Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), Mauro Rodrigues Diogo, diz que a Justiça Eleitoral trabalha na implementação de novas ferramentas para monitorar interação de políticos com o público em redes sociais. Ele diz que, apesar de pareceres individuais para casos, continua a valer as regras da Resolução 20.304/1997 baixada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“O tribunal emite decisão de acordo com cada caso, pois existem situações específicas, então não é possível listar quais são as regras que devem ser respeitadas. Mas os eventuais pré-candidatos serão enquadrados de acordo com a resolução do TSE”.
As campanhas extemporâneas, conforme a normativa do TSE, são caracterizadas por peças publicitárias que promovem o político autor da divulgação, seja explícita ou implícita. Antes do mês de julho do ano eleitoral, neste caso, 2018, fica proibida a veiculação de propagandas que reúnam políticos de partidos diferentes, mensagens com atribuição ao futuro vinculadas ao processo eleitoral e defesa pessoal ou partidária.
“Neste caso, o político pode ser punido com perda de participação em propagandas partidárias, a multas em dinheiro e até à perda do direito de participar de campanha eleitoral”, diz Diogo.
Questionado sobre a atuação da Justiça Eleitoral neste período de pré-campanha, o coordenador afirma que órgãos responsáveis por monitoramento devem ser incitados a agir para fiscalizar os políticos.
“Temos percebidos alguns exageros, mas a internet, por ser um meio ilimitado e já imenso, é um meio no qual não conseguimos monitorar todos e tudo. Por isso, a colaboração com o Ministério Público Eleitoral é muito importante”.
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