O senador Wellington Fagundes (PR-MT) confirmou que recebeu doação da JBS para a campanha nas eleições 2014. Segundo ele, a direção nacional do partido repassou R$ 300 mil liberados pelo grupo como parte oficial de recursos para os gastos da disputa.
“Não tenho nenhuma preocupação com isso. O dinheiro foi repassado pela direção do partido e foi registrado na Justiça Eleitoral. Tudo o que está declarado de forma, não há o que questionar”, disse em entrevista à rádio Capital FM.
A doação de recursos da JBS, investigação por participação em esquemas de corrupção com políticos, foi publicada pela revista Época na semana passada. Wellington Fagundes integra uma lista de vários senadores e deputados federais beneficiados com o dinheiro. Carlos Bezerra (PMDB-MT) é outro nome de Mato Grosso que aparece dentre os favorecidos.
Em entrevista ao Circuito Mato Grosso, Bezerra confirmou que recebeu R$ 500 mil da direção nacional do PMDB como repasse de doação da JBS. Também disse que toda a bancada de Mato Grosso recebeu doação da empresa.
“Isso está registrado no cartório eleitoral, de jeito legal, oficial. Não só eu recebi como toda a bancada de Mato Grosso recebeu doação [da JBS]. É uma declaração desonesta dizer que o dinheiro foi repassado pelo [ex-deputado federal Eduardo] Cunha”.
Bezerra apontou que Neri Geller (PMDB-MT), foi beneficiado com a doação de meio milhão para a campanha de 2014. Ambos são citados em reportagem da revista Época, que divulgou uma lista de supostas doações ilegais.
A lista teria sido criada por meio de articulação do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Polícia Federal dentro da Operação Lava Jato. De acordo com Época, Cunha teria recebido R$ 30 milhões para compra de votos de deputados na eleição da Mesa Diretora da Câmara.
A lista de beneficiados por empresas mediante articulação de Cunha foi entregue por diretores da JBS ao Ministério Público Federal junto a outra leva de documentos que trazem à tona a compra indiscriminada de deputados para garantir a vitória do ex-deputado na eleição para presidente da Câmara, em 2015.
Ainda de acordo com a reportagem, a lista de beneficiados foi entregue por diretores da JBS à Justiça e joga luz num episódio que será capital na delação do ex-deputado federal Eduardo Cunha: a compra indiscriminada de deputados, sobretudo do chamado centrão, para garantir a vitória do peemedebista na eleição a presidente da Câmara, em 2015.
Texto atualizado às 15h30 para correção de informação
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