Circuito Entrevista

“Vamos colocar Cuiabá na rota dos eventos mundiais”, diz titular da SEC 300

O administrador Júnior Leite terá que pôr em prática o que aprendeu na carreira para trabalhar o projeto ambicioso da SEC 300, criada pelo prefeito Emanuel Pinheiro, para articular e coordenar obras e atividades culturais voltadas para a comemoração de 300 anos de Cuiabá, em abril 2019. A pasta terá que viabilizar em curto prazo a execução de ao menos vinte projetos, como a criação de viaduto na avenida Beira Rio, orçado em R$ 25 milhões, e de trincheira no Jardim Itália, com o valor de R$ 26 milhões. Sem recurso próprio e com enxuto quadro de pessoal, o titular Júnior Leite fica responsável por articular com os outros 17 secretários municipais, governo, deputados (federais e estaduais), senadores e a iniciativa privada a destinação de dinheiro para tocar os projetos. Em entrevista ao Circuito Mato Grosso, ele explicou a atuação da SEC 300 e o desafio assumido de dar uma nova cara para capital.

Circuito Mato Grosso: Qual é a função da SEC 300?

Júnior Leite: A SEC 300 tem o objetivo de fazer a coordenação dos trabalhos, a articulação com as outras secretarias [de Cuiabá], com os outros Poderes, com as entidades da sociedade civil organizada, das entidades privadas a preparação, seja festiva, seja de obras, da nossa capital para as comemorações dos 300 anos de Cuiabá. Com esse objetivo, nós vamos ajudar nossos outros colegas das secretarias a carregar o fardo do dia-a-dia, dando prioridade para esses projetos específicos que temos data e hora para serem entregues. Dia 8 de abril de 2019

CMT: Quantas obras estão planejadas?

JL: Inicialmente, apresentamos uns vinte projetos e ações; com a vinda de outros projetos, outras ações em virtude do envolvimento da sociedade organizada, número deve aumentar. Temos tentado descentralizar as ações e inserir toda a sociedade nesse processo, que não é só um processo, de responsabilidade da prefeitura. Cabe a todos nós prepararmos nossa cidade para que, em aproximadamente dois anos, esteja mais moderna, mais bonita, mais cosmopolita. Para que a gente possa receber turistas, receber nossos familiares e que para que o cuiabano ou aquele que escolheu aqui possa ter uma cidade mais ordenada, mais mobilidade urbana.

CMT: Os projetos têm focos em áreas, por exemplo, turismo, infraestrutura?

JL: O grande mote que o prefeito Emanuel Pinheiro quer deixar para a cidade é que seja uma cidade efetivamente turística. Então, vamos trabalhar com essa finalidade. A intenção é inserir Cuiabá no grande roteiro turístico de grandes eventos, seja cultural, seja esportivo, empresarial em âmbito. Uma das ações que vai ser entregue agora pela SEC 300 é o bus-tour, que já está na cidade, já foi feito todo o roteiro aprovado pelo trade turístico, pela Secretaria de Cuiabá, e a partir de 15 dias, no máximo, fazemos entrega do bus-tour, com o qual o cidadão poderá visitar mais de pontos turístico em ônibus double-decker (dois andares), com sistema em três línguas, com vista panorâmica, um ônibus com todas as características internacionais de turismo.

CMT: Quais são grandes obras, com maior volume de dinheiro?

JL: Vou citar duas que são estruturantes. O viaduto da [avenida] Beira Rio, que passa por cima daquele redondo que vai da Unic, sentido Fernando Correa, e por baixo vai passar que vem sentido ponte Sérgio Mota para o [shopping center] 3 Américas. É uma obra extremamente importante para destravar o trânsito, principalmente em horário de pico. O projeto inicial já está pronto, estamos terminando os projetos complementares. Já está aprovado pelo Ministério da Integração, faltando os projetos complementares para que aí sim seja alocado o recurso. Está orçada em aproximadamente R$ 25 milhões. A segunda obra é a trincheira do Jardim Itália, aonde quem vem do Jardim Itália para e vai passar por baixo e quem vem da avenida das Torres, vai passar por cima. Está obra está orçada em aproximadamente R$ 26 milhões e está no mesmo estágio que do viaduto.  

CMT: Há algum projeto planejado para o Centro Histórico?

JL: O Centro Histórico já vem sendo trabalhado dentro do PAC Cidades Históricos que é revitalização de algumas construções. O prefeito vem trabalhando um projeto de incentivo para que as faculdades venham para o Centro Histórico e assim movimenta-lo, para que possa efetivamente ocupar o Centro Histórico. Base nessa proposta do prefeito, nós vamos trabalhar algumas ações. Por exemplo, é a criação da Time Square cuiabana, não o Time Square de Nova Iorque, que alguns vem falando de forma pejorativa, mas o conceito da Time Square que é nada mais nada menos é a ocupação do espaço. Onde é a praça Alencastro, vamos revitalizar as fachadas do prédios ao redor. A intenção é aplicar alguns métodos de painel de LED de projeção em alta definição, que tanto no período diurno quanto no período noturno a gente consiga ter atrações. E também uma praça de food-truck, onde as pessoas possam ir. Fazer um grande espaço a céu aberto onde as pessoas possam ter sensação de segurança e atrações, um grande centro de convivência. Da praça Alencastro, saindo pela [rua] Pedro Celestino, fazer um corredor cultural até à praça da Mandioca.

CMT: Você tem um ano e meio praticamente para executar as propostas, já tem data para começar?

JL: Na verdade, nos já começamos. A gente trabalhando com isso há mais de 60 dias mesmo sem saber que seria criada a secretaria. Boa parte dos projetos vem sem desenvolvida em virtude dos 300 anos. A secretaria vem para institucionalizar, dar condições de se ter um local e uma estrutura, mesmo que mínima, para que se possa a coordenação dos trabalhados, senão ficam soltos. É bom deixar claro que a maioria, ou boa parte, das obras será entregue antes e durante o aniversário de Cuiabá de 2019. Agora, como disse o prefeito Emanuel, o mundo não acaba em 2019, o mandato dele vai até 2020.

CMT: Quantas obras estão previstas para serem entregues até 2019?

JL: Nós ainda não temos essa informação, haja vista que os recursos têm que ser alocados, os projetos têm que ser aprovadas e as licitações têm que ser realizadas. A partir da licitação, a gente pode dizer que tal projeto será concluído em tanto tempo. E a licitação, talvez mais que a parte financeira do projeto, é uma parte mais complicada. Existem alguns percalços nos processos de oficialização da licitação. Mas ações e programas não precisam de recurso público, e vamos fazer muita coisa com a iniciativa privada.

CMT: Quanto a secretaria tem de orçamento para executar os projetos?

JL: A secretaria não tem nada. Eu sou pobre de marré deci. A secretaria não vem com recurso alocado para licitação ou acompanhamento de obra. Quem tem o dinheiro é a secretaria fim. Se for ser feito pela Secretaria de Obras, o recurso vai para ela e vai ser gerenciado por ela. O que a SEC 300 vai fazer é articular e gerenciar para que o dinheiro chegue na hora certa, no montante certo, o acompanhamento burocrático para que a obra realmente saia do papel na pasta fim. O papel da secretaria é buscar recursos para que as obras sejam executadas.

CMT: A SEC 300 terá que ter certa prioridade. Isso já é consenso dentre os secretários?

JL: Todos os secretários estão trabalhando com a mesma finalidade que é entregar uma cidade melhor ao fim do mandato, com foco nos 300 anos da cidade. Essa é a grande prioridade desse governo. Estamos livres da vaidade, de qualquer tipo de sentimento o qual possa encaminhar esse encaminhamento. O prefeito foi muito claro ao dar prioridade para o tricentenário. É a chance de entrar para a história.

Redação

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