Política

Temer recebe deputados ruralistas e manda 11 ministros de volta para Câmara

Na véspera da votação da denúncia na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer participou nesta terça-feira (1º) de um almoço com deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária, em Brasília.

Temer faz os últimos movimentos para tentar barrar a denúncia por corrupção passiva, apresentada contra ele pela Procuradora Geral da República. A agenda oficial do presidente registrou audiências com 11 parlamentares nesta terça.

O governo também começou a informar os ministros com mandato de deputado que eles deverão retornar à Câmara para participar da votação. Segundo Eliseu Padilha, da Casa Civil, 11 dos 12 ministros de Temer estarão na sessão desta quarta para tentar barrar a denúncia (veja a lista mais abaixo).

Para que o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a analisar a acusação, baseada na delação do grupo J&F, ao menos 342 deputados terão de votar para derrubar o parecer que recomenda a rejeição da denúncia. Elaborado pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), o parecer foi aprovado em julho pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Ruralistas

O almoço com a frente, também conhecida por bancada ruralista, não estava previsto na agenda do presidente. Trata-se de um dos maiores grupos organizados de parlamentares. A maior parte dos integrantes é de partidos da base aliada de Temer.

Mais cedo, o governo já havia divulgado uma medida que atendia à bancada ruralista. Foi publicada no "Diário Oficial da União" uma medida provisória, reivindicada pelo setor, que renegocia dívidas de produtores rurais com contribuições previdenciárias.

Para reforçar o quórum do almoço, líderes da base telefonaram e enviaram mensagens convidando os deputados.

Com a presença no almoço, Temer tenta demonstrar força política. Ele também busca reverter votos ou convencer os indecisos a ficarem com o governo na votação.

Segundo a assessoria, a bancada ruralista conta com 231 deputados. No almoço, pelo menos 52 estiveram presentes. Também foram ao encontro os ministros Blairo Maggi (Agricultura), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).

Após o almoço, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) afirmou que ainda não decidiu como vai votar em relação à denúncia, mas reconheceu que o governo "atende bem o agronegócio". "Nenhuma bancada está fechada e a FPA não tem posição única (sobre a denúncia)", disse o deputado.

Quórum da sessão

Ao chegar ao almoço, Padilha, conversou com jornalistas. Ele disse que o governo está "tranquilo" e que acredita que será alcançado o quórum de 342 deputados na Câmara para votar a denúncia nesta quarta.

"Nós acreditamos que deverá haver no painel 342 presentes, a dúvida que existe é se nós teremos na hora da votação os 342 votos, isso depende muito da oposição", disse Padilha.

Sobre os ministros que voltam à Câmara para reforçar os votos a favor de Temer, Padilha disse que apenas o titular da Defesa, Raul Jungmann, não será exonerado temporariamente porque está no Rio de Janeiro "cumprindo uma missão especial".

Padilha informou que as exonerações dos ministros serão publicadas na edição desta quarta do "Diário Oficial da União". "O simbolismo da votação se reveste também da participação dos ministros no plenário, fazendo as conversas que normalmente se faz, e também exercitando o direito ao voto", ressaltou o chefe da Casa Civil.

Após a votação, eles reassumirão as cadeiras na Esplanada dos Ministérios.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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