A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cuiabá defendeu a retomada das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) com urgência. Para o presidente da instituição, Nelson Soares Junior, até o momento, a promessa de Cuiabá ser exemplo de mobilidade urbana para outras regiões, não passou de “ilusão”.
Ele ainda lembrou que muitos empresários que possuem estabelecimentos onde os trilhos iriam passar foram prejudicados e os que conseguiram sobreviver “pagaram caro”, quando as obras iniciaram, mas aceitaram na esperança de que tudo fosse resolvido.
“A esperança era de que o novo modelo de transporte trouxesse um horizonte de progresso para Cuiabá, mas o que vemos hoje é só protelação e nenhuma definição concreta sobre o assunto”, afirmou Nelson Soares.
A CDL Cuiabá ainda cobrou maior comprometimento dos Ministérios Público Estadual e Federal com a sociedade, para “flexibilizar” o acordo, permitindo a continuidade das obras.
Para Nelson Soares, é inquestionável a responsabilidade que os MPs têm com a lei, mas para os empresários o órgão também precisa ter “grande comprometimento” com o cidadão e a cidade, na qual está inserido.
“A sociedade entende que o MP age na defesa do rigor com o dinheiro público e entendo que nesse caso esperamos desse órgão um comprometimento ainda maior”, afirmou Soares.
Outro ponto defendido por Soares é a geração de empregos que a retomada da obra possibilitaria. Na avaliação da instituição, seria mais de dois mil postos de trabalho, o que movimentaria de forma considerável a economia de Cuiabá.
Soares disse também que a sociedade não pode aceitar que mais de R$ 1 bilhão sejam jogados “para o lixo”, já que este montante não voltaria aos cofres públicos, caso haja a desistência de continuidade das obras.
“Ainda poderíamos ter mais um prejuízo de aproximadamente R$ 322 milhões, que podem ser cobrados judicialmente pelo consórcio responsável pela obra. Não temos muita saída, e temos que encontrar maneiras de se resolver isso o mais rápido possível”, disse Soares.
Exposição nacional negativa
Nelson Soares criticou a indefinição quanto ao início ou não das obras. Para o presidente, o Governo do Estado não tem medido esforços, mas que há muitas forças “contrárias”, diante de inúmeras notícias informando, ora que a obra vai sair e ora que a obra não será concluída.
“Nós cuiabanos e mato-grossenses não merecemos a exposição negativa explorada pela mídia nacional como vem ocorrendo. Precisamos definitivamente, Governo, MP e sociedade, unirmos forças para criarmos um ambiente mais proativo para a finalização dessa obra que todos almejam”, finalizou Soares.
Governo pede adiamento
Nesta quinta-feira (27), o Governo do Estado pediu dilação de prazo à Justiça Federal, por mais 30 dias úteis, para fechar uma nova proposta de acordo para retomada das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). O prazo dado pelo juiz federal Ciro Arapiraca no último dia 19, expirou nesta data.
Segundo o Executivo, o Estado e consórcio formularam suas respectivas respostas aos questionamentos dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, no entanto, “o desafio entre as partes é encontrar uma solução amigável”.
“As partes ainda não têm uma versão final do termo de acordo, embora em diversos pontos já exista um consenso”, diz trecho de nota divulgada nesta quinta-feira pelo governo
Governo e consórcio pediram à Justiça Federal a dilatação do prazo em mais 30 dias úteis para apresentação de uma segunda versão do acordo, tempo que “permitiria a realização de estudos e de novas reuniões com os técnicos envolvidos e com os representantes dos Ministérios Públicos”.
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