A Justiça estadual determinou o sequestro dos bens e bloqueio das contas bancárias até o valor de R$ 2 milhões da ex-presidente da AACC (Associação de Amigos da Criança com Câncer), Telen Aparecida da Costa e outras três pessoas. Eles são investigados por participação em suposto esquema de desvio de dinheiro da entidade.
Dentre os denunciados também estão o marido de Telen, Willian Cesar Batista de Jesus Edite Gonçalves de Arruda Costa (sogra da Telen Aparecida), e o contador Luciano Gledson Monteiro Catelan. Eles responderão ainda pelos crimes de peculato, falsidade de documento, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
De acordo com o Ministério Público Estado, ao longo do tempo em que ocupou o cargo de presidente da AACC/MT (2008-2015), Telen desviou dinheiro da associação com a participação de seus familiares e do contador. Teriam sido realizadas diversas transferências bancárias efetuadas eletronicamente pela então presidente, que retirava dinheiro das contas da AACC e destinava para suas contas pessoais e de seus comparsas.
Parte da quantia foi desviada como pagamentos, saques e compensações indevidas, que justificados com documentos como extratos bancários, comprovantes e documentos de compensação falsificados ou inválidos.
“A associação criminosa identificou na atribuição de administrar a AACC uma fonte de receita espúria ao forjar contratações de serviços e transferir montantes absurdos da entidade para suas contas particulares, dinheiro esse que seria destinado ao auxílio de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer e aos seus acompanhantes por meio do custeio de hospedagem, alimentação, transporte para hospitais, laboratórios, aeroporto, auxilio a exames e medicamentos assim como suporte psicossocial e lúdico pedagógico”, disse o promotor de Justiça Sérgio Silva da Costa, autor da denúncia.
Segundo o promotor, nos últimos dez anos, a AACC atendeu a 27.669 pessoas doentes, e atualmente 415 crianças e adolescentes com câncer de todo Estado se utilizam do local para terem a chance de fazer o tratamento com mais dignidade.
“O prejuízo da associação foi de origem financeira e moral, pois, além do capital desviado grande parte dos doadores deixaram de contribuir, gerando perda de receita no valor de aproximadamente R$ 2.330 milhões nos anos de 2016 e 2017 com afetação imediata aos atendimentos prestados e recusa de 28 novos pacientes e familiares”.