O governador Pedro Taques (PSDB) resolveu não esperar a saída do coronel Evandro Lesco da prisão, e o exonerou do cargo de secretário-chefe da Casa Militar.
O ato de exoneração foi publicado no Diário Oficial do Estado que circula nesta quarta-feira (26). Além dele, Taques também determinou a exoneração do secretário-adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Barros, e do cabo da Polícia Militar cabo Gerson Correa Junior, que ocupava cargo de assessoramento na Secretaria.
Os três estão presos por suposto envolvimento de envolvimento no esquema de escutas ilegais no âmbito da Polícia Militar.
Lesco e Barros estavam afastados dos respectivos cargos desde o dia 23 de junho, quando foram presos por determinação do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), relator das investigações do caso dos grampos.
Já o cabo Gerson foi preso no dia 23 de maio, mesma data em que o ex-comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Zaqueu Barbosa, também foi preso. A decisão foi do juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada em Crimes Militares de Cuiabá.
Após sua prisão, Lesco foi levado para a Academia da Polícia Militar Costa Verde, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Várzea Grande.
O coronel Ronelson foi levado para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Cuiabá.
E o cabo Gerson foi lotado no Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), no bairro Dom Aquino. Este deve ser transferido para o Centro de Custódia da Capital (CCC), devido a denúncias envolvendo saídas do presídio e regalias, como acesso a internet e computador.
No lugar de Lesco, Taques manteve, interinamente, o coronel Wesley de Castro Sodré na chefia da Casa Militar.
Denunciados
No dia 17 de julho, o Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia criminal contra o ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, o secretário-chefe da Casa Militar afastado, coronel Evandro Lesco, e seu adjunto, coronel Ronelson Barros, por suposto envolvimento em esquema de escutas ilegais no âmbito da PM.
Além deles, também foram denunciados o tenente-coronel Januário Batista e o cabo Gerson Correa Junior.
Os cinco vão responder pelos crimes de Ação Militar Ilícita, Falsificação de Documento, Falsidade Ideológica e Prevaricação, todos previstos na Legislação Militar.
Zaqueu é acusado de ter atuado não só como mandante, mas como o responsável por manter contato pessoal com magistrados para viabilizar a quebra de sigilo telefônico ilegal em Mato Grosso. Já o cabo Gerson era integrante do Núcleo de Inteligência da PM e teria assinado alguns pedidos de grampos à Justiça.
Arapongagem em MT
A existência de suposta central clandestina de grampos telefônicos em Mato Grosso veio à tona no dia 11 de maio, quando o governo do Estado anunciou a exoneração do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques.
Sua saída foi anunciada como um acordo entre Paulo e seu primo, o governador Pedro Taques, para que o homem forte do Executivo deixasse o Palácio Paiaguás e cuidasse pessoalmente das investigações envolvendo a suposta “arapongagem”.
As interceptações ocorreram por meio de uma tática conhecida como “barriga de aluguel” – em que números de telefones de pessoas comuns são inseridos em pedidos judiciais de quebra de sigilo, sem qualquer relação com investigações.
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