Em um período em que se podem fazer poucas previsões sobre câmbio ou preços, a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) tem pelo menos um certeza: vai haver muito algodão para negociar. A expectativa de uma safra em torno de 1,5 milhão de toneladas anima os corretores para os negócios com a pluma no mercado interno e externo.
É com esse ânimo que eles pretendem estar no 11° Congresso Brasileiro do Algodão (11° CBA), que será realizado entre os dias 29 de agosto e 1° de setembro, em Maceió (AL). O CBA é promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e deve reunir em torno de 1500 participantes de toda a cadeia produtiva da fibra, durante quatro dias.
"É o momento de intensificar o networking. Todos os players estarão juntos em um só lugar. Não pode haver fórum mais adequado para isso", diz o presidente da BBM, João Paulo de Azevedo Lefèvre. Segundo ele, embora o CBA se notabilize pela grade científica, voltada aos conteúdos agronômicos, os aspectos mercadológicos permeiam todos os contatos e conteúdos.
"A Bolsa, como o órgão regulador do mercado de algodão, não poderia estar de fora", diz o presidente, que também é diretor de uma das mais antigas corretoras de mercadorias do país, a Lefèvre, fundada em 1936. Ele destaca o CBA como parte do trabalho da Abrapa na promoção do algodão brasileiro, que, em sua opinião, tem sido fundamental para o mercado de algodão.
"A Abrapa recolocou o Brasil na posição que já havia sido sua muitos anos atrás, entre os líderes do mercado mundial. Seu trabalho de promoção da fibra brasileira, sua defesa aguerrida dos produtores, seus programas de qualidade e rastreabilidade e, agora, a inauguração do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), conferiram mais credibilidade ao Brasil, que já era um grande produtor e hoje é um fornecedor respeitado", afirma. Lefèvre ressalta o volume de exportações nessa safra, estimado em 610 mil toneladas, e salienta o otimismo do mercado. "Já se fala em alcançar a marca de um milhão de toneladas embarcadas, em alguns anos", pontua.
Para o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, a participação da BBM engrandece o CBA. "Há um século essa instituição media e arbitra as transações de algodão do Brasil. Então, existe uma sintonia muito fina entre o trabalho da Abrapa e o da Bolsa. Tê-la no CBA, além de uma honra, é garantia de benefícios para todo o setor", conclui Arlindo Moura.