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Após cortes de orçamento, atuação da PRF em MT sofre impacto negativo

Após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciar a suspensão de parte de serviços da corporação em todo o País, o presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso (SINPRF-MT), Paulo Vieira de Melo, apontou o aumento do número de acidentes nas rodovias, que já estão sendo registrados.

“Com isso, desde quinta-feira (06), já foram registrados vários acidentes nas rodovias do Estado. Essa medida vai atrapalhar a vida da polícia, da sociedade, de forma que a gente vai deixar de garantir com eficiência a segurança”, ressaltou Paulo.

As suspensões foram anunciadas, segundo a PRF, devido à nova realidade orçamentária imposta pelo Poder Executivo federal. Por decisão do Governo, o orçamento para 2017 é de R$ 236 milhões, 44% menor que o solicitado pela corporação.

“A presença da PRF nas rodovias garante a segurança das famílias e agora nós vamos deixar de dar isso a elas. Isso tudo porque nós estamos sendo proibidos de fazer esse serviço, por contingenciamento de um Governo extremamente envolvido em diversos casos de corrupção”, desabafou.

De acordo com o presidente do SINPRF, a categoria imaginava que poderia haver algumas mudanças, mas não que o orçamento seria reduzido. “Não entendemos o motivo para liberarem a cada deputado federal R$ 6 milhões para aprovação de Reformas, enquanto as instituições públicas estão sendo sucateadas em um momento 'cabuloso' desses”.

Em Mato Grosso, são 300 policiais rodoviários atuando pelas rodovias, regiões de fronteira, entre outros cargos. Em 2012, esse número era de 500, mas devido a aposentadoria de alguns polícias ou realocações, o efetivo caiu muito.

No Brasil, por lei, era pra ter 13 mil policiais rodoviários federais, segundo Paulo, a realidade é outra. “No estudo feito pelo Tribunal de Contas da União, era pra ser 18 mil. Mas nós estamos sobrevivendo com menos de 10 mil policiais”, disse o presidente.

Em nota de repúdio divulgada pelo SINPRF-MT, eles afirmam que o valor destinado ao orçamento deste ano não contempla as demandas da corporação, “prejudicando sobremaneira, os serviços desempenhados pelos policiais acarretando prejuízos irreparáveis na eficiência da garantia da segurança pública à sociedade”.

Fechamento de postos

Diante dos cortes existe uma possibilidade real do fechamento de postos em todos os Estados. “Temos aqui (Mato Grosso) postos da PRF localizados em regiões perigosas, de fronteira como o 120 da região de Cáceres, o posto de Lacerda em que trabalham dois policiais colocando em risco a vida dos próprios policiais. Além das condições humanas precárias, agora temos também as condições técnicas logísticas que estão prejudicas”.

Os policias estão proibidos de realizarem rondas de policiamento expressivo que inibi a pratica de crimes, infrações de trânsito e, até mesmo, de utilizar o radar que inibi o excesso de velocidade. Agora, as viaturas só poderão se deslocar em caso de emergências.

“Esta havendo muito roubo de cargas, combustíveis, sequestro de caminhoneiros, tráfico de entorpecentes. Com essa redução e essa imobilidade da polícia fica fácil do criminoso cometer esses crimes, pois ele sabem que o policial não vai sair do posto”, contou.

O presidente do Sindicato disse ao Circuito Mato Grosso, que há boatos de que os policias não poderão sair dos postos para almoçar. “Nós temos um auxilio alimentação justamente para isso, para ir até um restaurante, almoçar e voltar para o posto para dar o tempo certo de almoço sem precisar se deslocar para nossas residências. Agora, parece que nem esse deslocamento poderemos fazer”.

“Nós estamos chegando ao sucateamento das instituições de segurança pública. É preciso respeitar que nós temos trabalho. É preciso prender a droga, combater a devastação ambiental, desmatamento, e agora simplesmente estamos de mãos atadas”.

Greve

A Polícia Rodoviária Federal é proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de realizar greve, mas de acordo com Paulo isso não irá impedir que os polícias organizem outros tipos de manifestação contra a decisão.

“Existem outras formas de mobilizar a população. Nós podemos fazer passeatas, reivindicações pelas rodovias com faixas, cartazes para a sociedade e mostrar a real situação da PRF hoje por que é o povo que manda”.

Há 23 anos atuando na PRF, o presidente do Sindicato denomina o momento como um retrocesso na história do país. “Um retrocesso na segurança pública. Isso significa a insegurança do cidadão que vai transitar pela rodovia e que teremos uma polícia de faz de conta”.

 

Redação

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