Política

Secretário diz que militares invadiram comitê de Pivetta em serviço para Binotti

Três policiais militares teriam armado uma ação ilegal para rastrear ações no comitê eleitoral do ex-prefeito Otaviano Pivetta (PSB) nas eleições de 2016, em Lucas do Rio Verde (334 km de Cuiabá). A informação consta de depoimento do secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), coronel Airton Siqueira, ao Comando da Polícia Militar, em inquérito conduzido pelo coronel José Catarino de Morais Ribeiro, que investiga existência de suposta central de interceptações telefônicas ilegais.

Ele aponta que um tenente-coronel, um major e cabo da PM, lotados em órgãos diferentes, invadiram o comitê e instalaram escuta de ambiente e câmaras em serviços de R$ 20 mil supostamente combinado com o atual prefeito de Lucas do Rio Verde, Luiz Binotti (PSD).

Ambos disputaram as eleições como candidatos à Prefeitura nas eleições do ano passado; Pivetta concorria à reeleição.

Segundo o coronel Siqueira, o tenente-coronel César Gomes ocupava cargo na Sema (Secretaria de Meio Ambiente), o major Barros, no Bope (Batalhão de Operações Especiais), e o cabo Rafael, na SALP (Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio). Eles teriam “encoberto” a ação ilegal com a invenção de curso de instrução de tiro, em Lucas do Rio Verde, durante as campanhas de 2016.

Além da invasão do comitê, o trio teria entrado em um escritório de Otaviano Pivetta e tiraram fotos, enviadas para o tenente-coronel César Gomes, supostamente responsável pela negociação dos serviços com Rogério Ferrarin, ligado ao então candidato Luiz Binotti.

“[Eles] para Lucas do Rio Verde com estória cobertura de ministrar instrução de tiro e que paralelo a isso, investigaram o fato; […] tinham que criar a estória cobertura, porque o tenente-coronel estava na Sema, o major no Bope, e cabo na SALP”, informa trecho do depoimento do secretário Siqueira.

O coronel disse ainda que informações foram repassadas a ele pelo cabo Rafael. A ligação do secretário com os militares teria gerado mal-estar com o vice-governador, Carlos Fávaro (PSD), que o teria relacionado ao serviço em Lucas do Rio Verde.   

O governador Pedro Taques (PSDB) apoiava a candidatura Pivetta na campanha de reeleição.

Os registros no comitê e no escritório de Otaviano Pivetta supostamente seriam usados para pedido de impugnação da candidatura por compra de votos. Em outubro do ano passado, o Tribunal Regional Eleitoral em Mato Grosso (TRE-MT) negou o pedido de candidatura de Pivetta em ação movida por Luiz Binotti.

Outro lado

A reportagem procurou o prefeito Luiz Binotti e Otaviano Pivetta para comentar as declarações do secretário coronel Airton Siqueira, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.

Fác-simile de trecho do depoimento de Siqueira:

 

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