Política

Orlando Perri também foi alvo de escutas em seu gabinete, diz coronel

Além de revelar que grampeou magistrados a pedido do desembargador Orlando Perri, o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), coronel Airton Siqueira Junior, disse no mesmo depoimento que o ex-corregedor-geral da Justiça também foi alvo de escutas telefônicas em seu gabinete, com a autorização do juiz Luis Aparecido Bortolussi, que na época era juiz auxiliar da Corregedoria.

A afirmação consta em declaração registrada em cartório no dia 29 de junho e anexada ao inquérito policial militar (I.P.M.), que investiga a existência de suposta central de interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso. Orlando Perri é responsável por conduzir a ação judicial que investiga tais irregularidades.

Os fatos, segundo o documento divulgado pelo site HiperNotícias, aconteceram no segundo semestre de 2007, quando Siqueira atuava na Coordenadoria de TI do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e  foi indicado pela coordenadora do órgão, procuradora Eliane Maranhão Ayres, ao desembargador Perri para grampear magistrados supostamente envolvidos no escândalo da maçonaria, esquema de desvios de recursos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) para a Loja Maçônica Grande Oriente de Mato Grosso.

Algum tempo depois, o coronel conta que soube de uma autorização de escutas ambientais para serem colocadas no gabinete de Orlando Perri. A informação teria partido do sargento Soler, que foi designado para a investigação sigilosa pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que apurava o mesmo esquema da maçonaria.

[O sargento Soler] contou que por ordem do promotor de Justiça Mauro Zaque se apresentou no gabinete do então juiz-auxiliar da Corregedoria Luis Aparecido Bortolussi Júnior

“[O sargento Soler] contou que por ordem do promotor de Justiça Mauro Zaque se apresentou no gabinete do então juiz-auxiliar da Corregedoria Luis Aparecido Bortolussi Júnior; que segundo sargento Soler, o juiz Bortolussi lhe ordenou a colocação de escutas ambientais no gabinete do desembargador Orlando Perri a fim de que todas as conversas fossem gravadas”, relatou Siqueira em depoimento.

Na mesma remessa, o coronel relata que o juiz Bortolussi autorizou o sargento a fazer o monitoramento e recolhimento de dados do computador de outro magistrado, o juiz Marcelo Barros. Para cumprir a missão, Soler teria contado com a ajuda do assessor de gabinete para dar cobertura e conseguir entrar e sair do Tribunal de Justiça fora do horário de expediente.

“O sargento Soler disse que o trabalho foi realizado e que todo o material copiado do computador do dr. Marcelo Barros foi entregue ao juiz Luiz Aparecido Bortolussi; que o sargento Soler disse que em decorrência desses fatos, foi por duas ou três vezes ao apartamento do desembargador Orlando Perri e outra no apartamento do promotor Mauro Zaque para tratar do tema [investigação da maçonaria]”, diz o coronel em inquérito.

Ao fim Siqueira diz que há possibilidades de outros técnicos e agentes do Gaeco terem investigado o esquema em outros serviços, uma vez que ouviu comentários de colegas de trabalho sobre o escândalo da maçonaria, “mas não pode afirmar se tiveram ou não alguma participação ativa nos fatos”.

Veja abaixo a íntegra do termo:

Reprodução/HiperNotícias
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