Durante a 40° Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que acontece até sábado (08), em Roma (Itália), o ministro da Agricultura Blairo Maggi saiu em defesa do agronegócio especialmente do setor da carne.
“O Brasil reconhece a centralidade dos temas de alimentação e agricultura no sistema das Nações Unidas, mas, entendemos que recomendações sobre diminuição do consumo de carne bovina devido a emissões de gases de efeito estufa, não devem ser feitas pela FAO”, disse Blairo.
Segundo declarou em seu discurso proferido na tarde dessa segunda-feira (03.07), o agronegócio responde por mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
“É um setor fundamental para a economia brasileira e o desenvolvimento rural. Dos pequenos proprietários aos grandes produtores, emprega um em cada cinco trabalhadores fazendo do nosso País um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo”, disse.
Blairo fez questão de destacar que a agricultura brasileira é feita de maneira sustentável, em linha com a Agenda 2030, portanto, sem ser a responsável pelo aumento dos gases de efeito estufa.
“Não concordo que a FAO faça recomendações para diminuição do consumo de carne no mundo, sob alegação de que o setor compromete a qualidade do ar e contribui para o aquecimento global. Há, inclusive, tecnologia, já desenvolvida pela Embrapa para produção de carne bovina com balanço zero de emissões de gases de efeito estufa”, defendeu o ministro.
O ministro citou ainda que a mudança do clima é um desafio mundial e exige, segundo ele, reforma nos atuais padrões de produção e de consumo, inclusive em relação ao desperdício de alimentos. “Reafirmo que nesse contexto o Brasil está fazendo a sua parte já que estamos comprometidos em reduzir as emissões em 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005”.
Prova disso, é que a legislação brasileira contribui para o cumprimento da meta, ao determinar que ao menos 20% da área das propriedades agrícolas deve conservar a vegetação nativa – que retém estoques de carbono e assegura corredores para a biodiversidade. Esse percentual, que varia de acordo com os diferentes biomas, chega a 80% da área das propriedades rurais no Norte do país. As margens de rio e fontes de água devem ser preservadas com vegetação nativa, sem nenhum subsídio para o produtor rural.
“O combate à mudança do clima e de seus efeitos exige financiamento, tecnologia e capacitação adequados, previsíveis e sustentáveis. Estimamos que os países desenvolvidos, em particular os principais emissores mundiais, cumpram com seus compromissos perante a comunidade internacional”, concluiu.