Dentre as 14 pessoas conduzidas coercitivamente para dar depoimento acerca da Operação Convescote, na sede do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta sexta-feira (30), estão servidores da Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas do Estado (TCE) , funcionários do Sicoob e da Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe).
Os mandados foram expedidos pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, na última quarta-feira (28). Esta é segunda fase da operação que investiga suposto desvio de mais de R$ 3 milhões de órgãos públicos, por meio da Faespe.
A primeira fase foi deflagrada no dia 20 de junho. A investigação do Gaeco apontou que o esquema funcionava da seguinte maneira: instituições públicas firmavam convênios com a Faesp para prestação de serviços de apoio administrativo. A Fundação, por sua vez, contratava empresas de fachadas para terceirização de tais serviços.
Ao final, os recursos obtidos eram divididos entre os envolvidos, sendo que o responsável pela empresa normalmente ficava com uma pequena porcentagem do montante recebido e o restante era dividido entre funcionários da fundação e servidores do TCE.
1ª fase
Na 1ª fase tiveram a prisão preventiva decretada: Claudio Roberto Borges Sassioto, Marcos Moreno Miranda, Luiz Benvenuti Castelo Branco de Oliveira, Jose Carias da Silva Neto Neto, Karinny Emanuelle Campos Muzzi de Oliveira, João Paulo Silva Queiroz, José Antônio Pita Sassioto, Hallan Goncalves de Freitas, Marcos Jose da Silva, Jocilene Rodrigues de Assunção e Eder Gomes de Moura.
Karinny Emanuelle Campos Muzzi de Oliveira, Jocilene Rodrigues de Assunção e Marcos Moreno Miranda tiveram suas prisões preventivas convertidas em prisão domiciliar.
João Paulo Silva Queiroz teve soltura decretada.
2ª fase
De acordo com os mandados, 13 foram de condução coercitiva juntamente com um determinando a busca e apreensão de aparelhos telefônicos dos conduzidos. O intuito é a análise das informações como conteúdo da internet, conversas de whatsapp e outros aplicativos.
Na decisão, a magistrada justificou que esses dados auxiliam a buscar os laços de relacionamento entre os envolvidos quantos excluir os que não fazem parte do esquema.
Segue abaixo a lista das pessoas conduzidas nesta manhã de sexta:
Odenil Rodrigues de Almeida – servidor público da AL, segundo o Ministério Público Estadual, ele já responde a um processo no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), por lavagem de dinheiro na Operação Ventríloquo.
Elizabeth Aparecida Ugolini – funcionária do banco Sicoob.
Tscharles Franciel Tscha – servidor da AL. Diante da primeira fase deflagrada, ele entrou com um recurso de habeas corpus preventivo, para evitar sua prisão em decorrência de algum mandado.
Enéias Viegas da Silva – secretário-executivo de orçamento, finanças e contabilidade do TCE. Ele seria responsável por liberar o pagamento a Faespe, no contrato que mantinha com a Corte de Contas até abril deste ano.
Fabrício Ribeiro Nunes Domingues – servidor da AL.
Alysson Sander Souza – servidor da AL.
Marcelo Catalano Corrêa – servidor do TCE, que teria assinado alguns documentos do convênio da Corte de Contas com a Faespe. Advogado defende que tais assinaturas foram falsificadas.
Nerci Adriano Denardi – coronel da Polícia Militar, com cargo comissionado na AL.
Driele Azeredo Ribas – servidora da AL.
Maurício Marques Júnior – servidor da AL.
Márcio José da Silva – funcionário e prestador de serviços da Faespe, veio da cidade de Cáceres.
Sued Luz – servidor público da AL. Segundo o Portal Transparência do Legislativo, ele atua como Gestor de Gabinete da 1ª Secretária, ocupada pelo deputado Guilherme Maluf (PSDB), responsável pelo convênio celebrado em 2015 com a Faesp.
Alisson Luiz Bernardi – funcionário e prestador de serviços da Faespe, também veio de Cáceres.
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