Agronegócio

CNTA quer criação de comitê preventivo para evitar demissões na JBS

Preocupada com os reflexos negativos a partir das delações da JBS, que admitiu a prática de esquema criminoso para expansão dos negócios, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) reivindicou ao Ministério do Trabalho a criação de um "comitê preventivo tripartite". A entidade oficializou o pedido por meio de ofício protocolado na Pasta no dia 21 de junho. Atualmente, a JBS é responsável pelo emprego de aproximadamente 133 mil dos 550 mil trabalhadores das indústrias frigoríficas do Brasil.

 "Diante de todo o panorama que vem ocorrendo, envolvendo os controladores da empresa, que confessaram pagamentos de propina, subornos, doações ilegais e outras práticas criminosas amplamente noticiadas, não resta nenhuma dúvida que estes fatos geram uma tensão enorme aos milhares de trabalhadores empregados nas unidades da JBS", diz o documento.

Segundo a CNTA, a categoria sofre uma tensão generalizada com o medo da perda do emprego e alerta a possibilidade do aumento de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais nas unidades da JBS, dona das marcas Friboi e Seara.

Recentemente, dados da Secretaria de Previdência apontam o aumento do número de concessões de auxílio-doença por transtornos de ansiedade nos últimos anos, com um salto de 22,6 mil, em 2012, para 26,5 mil, em 2016. Já as despesas com o benefício somaram R$ 1,3 bilhão nesse período.

"Entendemos ser prudente criarmos um comitê preventivo tripartite, com representações dos trabalhadores, empresas e governo, objetivando proporcionar medidas capazes de tranquilizar os trabalhadores e evitar que mais milhares deles venham se juntar aos já milhões de desempregados", reivindica a CNTA ao Ministério do Trabalho.

Redação

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