Política

“Revelar segredo judicial é crime grave”, condena Taques

O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), questionou a soltura do coronel da PM Alexandre Correa Mendes e o tenente-coronel Victor Paulo Fortes, nesta segunda-feira (26), por decisão do juiz substituto Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital. O chefe do Paiaguás classificou como “crime grave” o suposto vazamento de informações sigilosas sobre mandados de prisão no âmbito da ação que investiga a existência de suposta central de interceptações telefônicas ilegais evolvendo membros militares.

“Crime grave. Revelar segredo judicial, ao menos para mim, é grave. A não ser que o Poder Judiciário entenda que não seja um crime grave”, pondera o governador à imprensa na manhã desta terça-feira (27).

Taques, no entanto, ponderou que decisão Judicial deve ser cumprida.“Decisão não se critica, decisão se recorre. Vieram aqui e ao que consta cometeram crimes, e eu não poderia fazer de outra forma a não ser denunciar ao presidente do Tribunal de Justiça”.

O coronel da PM Alexandre Correa Mendes e o tenente-coronel Victor Paulo Fortes foram presos administrativamente por determinação do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), após receber um ofício do governador, no qual, disse que foi informado pelo secretário da Casa Civil, José Adolpho, de que os dois PMs teriam vazado informações.

Taques preferiu não dar opinião sobre a conduta dos policiais.  “Eu não julgo as pessoas antes do momento. Quero ver e ler o processo para entender o que está ocorrendo”, disparou.

Suposto vazamento

O vazamento de informações sigilosas foi no âmbito do inquérito e ação judicial que investiga a existência de suposta central de interceptações telefônicas ilegais evolvendo membros da Polícia Militar e Palácio Paiaguás.

De acordo com documento elaborado pelo governador e encaminha ao desembargador Orlando Perri – responsável pela condução da ação -, na manhã desta sexta-feira (23), os secretários Lesco, José Adolpho de Lima Avelino Vieira (Casa Civil), e Airton Siqueira, foram abordados, no gabinete da Casa Militar pelo coronel Alexandre e pelo tenente-coronel Victor Paulo.

Na abordagem, o corregedor-geral e diretor teriam orientados os secretários a se prepararem, pois eles haviam sido chamados pelo coronel Jorge Catarino de Moraes, encarregado do Inquérito que apura os grampos no Estado, para a realização de uma operação, com mandados de prisão e busca e apreensão, tendo como alvos a Casa Militar e servidores do local.

No documento, Taques disse que “por não compactuar com vazamentos de informações sigilosas, quebra de segredo de justiça e cometimento de crimes, pois, no mínimo, e, em tese, o corregedor e o oficial cometeram os delitos de quebra de sigilo de informações”.

Outras prisões

Junto ao mandado de prisão administrativa dos dois PMs, o desembargador Orlando Perri, emitiu determinação para que outros quatro fossem presos por envolvimento no caso de interceptações telefônicas ilegais.

Foram presos o chefe da Casa Militar, coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, e seu adjunto, o coronel Ronelson Barros, o tenente-coronel Januário Batista e um cabo identificado como Toresan – cedido ao Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual.

Com isso, na sexta-feira (23) o governador Taques anunciou o afastamento não remunerado do chefe da Casa Militar e anunciou a nomeação do coronel Wesley de Castro Sodré, atual Comandante Regional do CR 7 (Tangará da Serra e região) para responder interinamente pela Chefia da Casa Militar.

 

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Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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