Política

“Fui testemunha de um crime e narrei ao governador”

O secretário-chefe da Casa Civil, José Adolpho, rebateu as declarações do corregedor-geral, coronel Alexandre Côrrea Mendes, e do diretor de Inteligência da Polícia Militar, tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, que negaram ter vazado informações sigilosas sobre mandados de prisão no ambito da ação que investiga  a existência de suposta central de interceptações telefônicas ilegais evolvendo membros militares e do Palácio Paiaguás.

Na última sexta-feira (23), seis oficiais militares foram presos por determinação do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). Mendes e Fortes foram presos administrativamente suspeitos do vazamento.

Adolpho reforçou a tese apresentada pelo governador Pedro Taques (PSDB) em ofício encaminhado a Perri, no qual denunciou que corregedor-geral e diretor de Inteligência vazaram informações ao próprio chefe da Casa Civil e ainda ao chefe da Casa Militar afastado, coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, e o secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel, Airton Siqueira, na última sexta-feira.

Nesta segunda-feira (26), o secretário afirmou que presenciou um crime, no momento em que flagrou uma reunião entre Mendes, Fortes e Lesco, falando sobre uma possível operação com alvo na Casa Militar.

“Eu posso colocar o que aconteceu efetivamente comigo. Eu fui testemunha de um crime, narrei ao governador e ele passou a informação ao Tribunal de Justiça, imediatamente. Eu acho que isso não tem que se contestar. O governador agiu dentro da lei, de forma totalmente transparente”, disse Adolpho.

Ele ainda explicou como se deu o suposto vazamento de informações sobre os mandados de prisão contra os integrantes da PM, que ocupavam cargos de confiança no Governo do Estado.

De acordo com Adolpho, quando chegou à secretaria, o secretário Airton Siqueira estava na sala aguardando terminar uma reunião entre Lesco, o corregedor-geral da PM e o chefe de Inteligência. No entanto, de acordo com Adolpho, ele não quis esperar a reunião terminar e entrou na sala.

“Eu falei para o Siqueira: Esse Governo não espera nada. Vamos lá para saber o que eles querem. Na hora que eu entrei na sala, eles começaram a falar e colocaram pra a gente a situação que foi exposta no documento do governador para o presidente do Tribunal de Justiça”, narrou o chefe da Casa Civil.

Na ocasião, o corregedor-geral e o diretor teriam orientado os secretários a se prepararem, pois eles haviam sido chamados pelo coronel Jorge Catarino de Moraes, encarregado pelo Inquérito que apura os grampos no Estado, para a realização de uma operação, com mandados de prisão e busca e apreensão, tendo como alvos a Casa Militar e servidores do local.

As prisões

Ainda na sexta-feira, além de Alexandre Mendes e Victor Paulo Fortes, o coronel Lesco também foi preso, por suposto envolvimento nas interceptações ilegais.

O desembargador Orlando Perri ainda determinou a prisão do adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Barros, do tenente-coronel Januário Batista e de um cabo identificado como Toresan, todos por suspeita de envolvimento na central de grampos.

 

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