Política

Valtenir não tem moral para levar PSB à oposição, diz Mauro

O ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, afirmou que o novo presidente regional do PSB, deputado federal Valtenir Pereira, não tem “moral” para obrigar os membros da sigla desembarcarem do Governo do Estado e irem para a oposição de Pedro Taques (PSDB).

“Ele não tem liderança e nem respeito para exigir qualquer coisa. Ele não construiu a história do PSB deste momento. Então, tenho certeza que ele não tem moral e nem credibilidade para conseguir conquistar alguma coisa neste momento, dentro do PSB”, afirmou Mendes, após reunião de membros da sigla na manhã desta segunda-feira (26).

Atualmente, o PSB é o principal partido de sustentação da base do governo Taques, sendo a sigla com maior número de cargos, contudo, Valtenir – antes PMDB – sempre fez duras críticas à gestão. Desde que assumiu o partido, os rumores de que ele poderia fazer com que o PSB fosse para a oposição ecoaram nos bastidores da política. “Oposição de quem? Ele não manda no voto dos deputados. Manda no partido, mas não no voto dos deputados”, detonou Mendes, garantindo que os quatro parlamentares estaduais da sigla continuarão a apoiar o Executivo.

Na última legislatura, o deputado federal trocou quatro vezes de partido, fato não esquecido pelos socialistas, que acreditam na existência de “infidelidade partidária”. “Foi eleito pelo Pros, mudou para o PMB, depois para o PMDB e depois muda, novamente, para o PSB. Já foi encaminhado, por meio de representantes do partido, uma denuncia ao Ministério Público Federal, que, de acordo com a legislação, irá mover uma ação de perda de mandato, por infidelidade partidária”, afirmou Mendes.

Mendes argumentou que a decisão do diretor nacional, Carlos Siqueira, em tornar Valtenir presidente da executiva Estadual foi “autoritária, desrespeitosa e desleal”. “Depois da saída do deputado Valtenir, em 2013, o partido se construiu com fundamentos de respeito e democracia interna, dando a todos os seus líderes, a importância que cada um tem. Isso é mais forte do que a volta dele, em um movimento extremamente autoritário, desrespeitoso e desleal, do Diretório Nacional”, classificou. 

“Dia do fico”

Apesar do descontentamento, os filiados decidiram na reunião desta segunda-feira que permanecerão na sigla. “O PSB em Mato Grosso, todas as lideranças, prefeitos, vereadores, e deputados, decidiram que irão continuar no PSB. O PSB não é do Valtenir, nem do senhor Carlinhos Siqueira”, declarou Mendes.

Uma eleição para presidente do PSB Mato Grosso está sendo vislumbrada pelos socialistas, e até uma possível ação judicial. Isso porque, o PSB em Mato Grosso funciona como Comissão Provisória, em que o líder da agremiação é nomeado pelo presidente da executiva nacional. 

Com uma decisão de fevereiro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as comissões deverão ser extintas e em seu lugar darem lugar a diretórios até agosto deste ano – quando os lideres são escolhidos por votação.

Caso a Executiva nacional não aceite a proposta, a promessa é entrarem com uma ação judicial. “É um partido que tem história no Brasil e responsabilidade com aqueles que acreditaram e continuam acreditando que a democracia só ficará viva, se tiver partidos fortes. Continuaremos no PSB e vamos lutar democraticamente e juridicamente para ter o partido sob o nosso comando”, destacou Mauro Mendes.

"Água e óleo"

A rixa entre Mauro Mendes e Valtenir Pereira vem de outros carnavais. De acordo com o ex-prefeito de Cuiabá, a diferença dos dois é tamanha, que são como água e óleo. “Eu e Valtenir somos iguais água e óleo, não se misturam. Ele tem um comportamento político, totalmente diferente do meu. Política tem que ser feita com seriedade, lealdade e verdade. Discordo, profundamente, das atitudes e, principalmente com o que ele fez com o PSB, em 2013. Por tanto, vamos ficar no partido, mas não o reconheço como um líder, que possa me liderar no Estado”, revela Mauro. 

O ex-prefeito de Cuiabá ainda disse que não é avesso a estadia do deputado na sigla, desde que não ocupe cargo de liderança. “Eu gosto muito do partido, mesmo a sigla tendo partes boas e ruins. Não teria dificuldades em conviver com ele. Mas, tendo ele como meu líder, isso é impossível”, declara.

 

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Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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