O senador Wellington Fagundes (PR) se posicionou contrário ao remanejamento de cerca de R$ 80 milhões em emendas da bancada federal para custear a saúde estadual. Inicialmente, a verba estava destinada para comprar equipamentos para o novo Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá.
No entanto, parlamentares do grupo político do governador Pedro Taques (PSDB) defende o remanejamento do dinheiro para amenizar a crise na saúde do Estado, a exemplo do deputado federal Nilson Leitão (PSDB). O deputado federal argumenta que o novo hospital vai demorar um ano para ser concluído.
Segundo Fagundes, a bancada federal concordou em destinar a verba para a aquisição de equipamentos e defendeu o início da realização da licitação. De acordo com o senador, a questão não é de confiar no Governo do Estado, de que este vai repor o dinheiro para comprar os equipamentos, mas de “compromisso”.
“Está na hora de o Governo do Estado fazer o plano de trabalho, aplicação e licitação dos equipamentos. Se for deixar para fazer a licitação ano que vem, vai atrasar mais um ano para conclusão e funcionamento”, sustentou o republicano, em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta terça-feira (20).
De acordo com o parlamentar, o novo hospital deve atender toda a demanda da baixada cuiabana e ajudar a desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS). Ele sustentou que este recurso deve ser prioridade para a compra de equipamentos, para que a unidade, quando for concluída, já comece a funcionar.
“Até comprar e instalar esses equipamentos pode demorar mais um ano. Então, a prioridade de colocar em funcionamento o Hospital e Pronto Socorro é fundamental para Cuiabá e todo o Estado”, defendeu.
O senador ainda criticou “especulações” sobre o assunto e que a bancada e a sociedade concordaram em destinar os recursos para a aquisição dos equipamentos. “Se for mexer e transferir, isso vai delongar muito. Por isso nós estendemos que o Governo do Estado deve repassar os recursos para a Prefeitura concluir a obra e ao mesmo tempo já fazer a licitação”.
O Governo do Estado ficou de enviar planilhas sobre a situação da saúde em Mato Grosso aos membros da bancada. A espectativa é de que a decisão seja definida ainda nesta semana.
Crise na saúde
A destinação das emendas para amenizar o problema da saúde foi uma das soluções levantadas pelo Governo para ajudar a quitar cerca de R$ 162 milhões de repasse aos Hospitais Regionais e ajudar no custeio da saúde.
A solução foi apontada após a possível utilização do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) para este fim, ser rechaçada pelos prefeitos, Poderes e o setor produtivo.
Outra possível solução é a destinação de um crédito de cerca de R$ 80 milhões, que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso tem com o Governo do Estado. Além disso, existe a possibilidade de os Poderes e órgãos independentes postergarem o recebimento de R$ 354 milhões, referente ao duodécimo (repasse constitucional), que está em atraso.
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