Foto: MidiaNews
O ex-vereador por Cuiabá, Lúdio Cabral, rebateu as declarações do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), de que teria tido conhecimento do recebimento de auxilio financeiro fruto de desvios de dinheiro público, para sua campanha à Prefeitura de Cuiabá, em 2012.
A acusação foi feita pelo peemedebista em depoimentos ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Delegacia Fazendária (Defaz). Conforme Silval, a campanha do petista, que teve o advogado Francisco Faiad como candidato a vice-prefeito, recebeu a doação financeira de de combustível, no montante de R$ 600 mil.
Por meio de nota, Lúdio afirmou que todas as despesas com combustível realizadas na campanha foram declaradas à Justiça Eleitoral, sendo que a dívidas remanescentes foram assumidas pelo PT com a anuência dos credores. “Tendo sido posteriormente negociadas e quitadas pelo próprio partido, nos termos da lei”.
A suposta doação ilegal já é alvo de investigação da 5ª fase da Operação Sodoma, que gerou mais uma ação penal sob responsabilidade da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.
No dia 14 de fevereiro, na deflagração da mais recente fase da operação, Lúdio foi conduzido coercitivamente até a Defaz, para prestar esclarecimentos quanto a doação de campanha.
Na decisão que autorizou a condução, a magistrada afirmou que, embora o ex-vereador não tenha sido apontado como um dos envolvidos diretos na trama criminosa, ele “teve muita proximidade do palco onde os fatos aconteceram”.
Nesta quarta-feira (14), após a revogação da prisão preventiva de Silval, Lúdio afirmou que todos os esclarecimentos sobre a suspeita já foram prestados.
Soltura de Silval
Após 1 ano e 9 meses preso no Centro de Custódia da Capital, Silval saiu da prisão na noite desta terça-feira (13). A partir de então, o ex-governador cumpre prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira.
Para sair da prisão, Silval colocou a disposição da Justiça o valor de R$ 46,6 milhões em imóveis localizados em Cuiabá e Peixoto de Azevedo, além de uma aeronave.
De acordo com a juíza Selma Arruda, a prisão preventiva deveria ser revogada, pois o político adotou uma nova postura: a de confessar sua participação nos esquemas investigados nas ações penais na qual é réu.
Além disso, a magistrada levou em consideração a afirmação feita pela defesa de Silval, de que o peemedebista e sua família estariam sofrendo pressão e ameaças, desde que rumores de uma eventual delação premiada começou a ser ventilada nos bastidores políticos e jurídicos.
"Desde que começaram os boatos de delação ele começou a ser pressionado. Algumas ameaças, pressões, não posso falar por parte de quem, e isso foi levado em consideração tanto pelo Ministério Público quanto pela juíza", afirmou o advogado Délio Fortes Lins e Silva Júnior, que realiza a defesa de Silval.
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