Foto Arquivo CMT
O deputado estadual e ex-líder do governo Silval Barbosa (PMDB), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Romoaldo Junior (PMDB), comemorou a saída do ex-governador do Centro de Custódia da Capital (CCC), onde ficou preso por 21 meses. Silval Barbosa saiu do presídio no começo da noite da última terça-feira (14), após confessar participação de alguns crimes.
“Eu fico feliz com a soltura dele. Fico feliz que ele possa voltar para sua casa, para sua família. Sou amigo do Silval há 25 anos e eu sei o ser humano que ele é. Eu acho que esses dois anos de cadeia devem ter sido muito difíceis para ele, que é uma pessoa que ama a liberdade. Agora é esperar as consequências”, disse Romoaldo.
Romoaldo afirmou também não acreditar em uma possível volta de Silval à vida político-partidária, em função do grande desgaste sofrido pelo ex-governador, apesar de ainda contar com votos. Na avaliação do deputado, o ex-governador não teria condições psicológicas de voltar à política.
De acordo com o amigo do político, nem mesmo para subir a um palanque e pedir votos para outros candidatos em 2018, Silval estaria interessado. “Acho que ele vai procurar uma nova fase. Acredito que ele não está muito interessado em voltar para política ou mesmo subir no palanque e pedir votos”.
Romoaldo foi líder de Silval Barbosa na Casa de Leis por dois anos e meio, quando se dedicou em aprovar projetos como o MT Integrado, implantação de Planos de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores públicos, além das obras da Copa do Mundo de 2014.
O deputado, no entanto, reconheceu que os recursos financeiros poderiam ser utilizados de maneira mais eficientes no trânsito da Capital e que a aprovação do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), pela Assembleia Legislativa, foi um erro.
“Tem algumas coisas erradas como o VLT. Acredito que foi um grande erro de todo o Governo e da Assembleia ter aprovado também. Eu acho que Cuiabá não precisava daquilo naquele instante, os investimentos no trânsito poderiam ser de outra forma, melhorando a Capital”, afirmou.
“O interior ainda reconhece muito das obras que ele fez, o funcionário público teve nele um governador que corrigiu as tabelas, implantou o PCCS, foi um momento que ele fez um Governo que teve aprovação, infelizmente terminou dessa forma, mas não é Mato Grosso, é Brasil”, afirmou Romoaldo Junior.
Prisão revogada
O ex-governador Silval Barbosa afirmou que sua equipe de secretários foi montada com pessoas de “estreita confiança”, no intuito claro de arrecadar recursos para saldar dívidas de campanha adquiridas em sua campanha eleitoral no ano de 2010.
A confissão foi revelada em decisão proferida pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, na qual revogou a prisão preventiva de Silval, após 1 ano e 9 meses no Centro de Custódia da Capital, em decorrência de três mandados de prisão na Operação Sodoma. Após disponibilizar R$ 46,6 milhões em bens, o político foi colocado em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira.
De acordo com a decisão, nos últimos meses, Silval mudou sua linha de defesa e começou a confirmar sua participação – e de seus comparsas – em vários esquemas de corrupção em seu Governo. O ex-governador prestou depoimento à Delegacia Fazendária (Defaz) e ao Ministério Público Estadual (MPE) e detalhou a organização criminosa.
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