Notícias Agrícolas
A oferta de animais terminados tem atendido com certa facilidade a demanda das indústrias, dando espaço inclusive para que algumas empresas testem preços menores. Entretanto, nesses casos o volume de negócios é reduzido. As programações de abate confortáveis, em torno de seis dias em São Paulo, dão suporte a este cenário de pressão de baixa.
No Estado, o preço do macho terminado teve queda e está em R$ 130,50/@, à vista, livre de Funrural. A desvalorização é de 1,1% desde o início do mês. Com isso, a margem de comercialização das indústrias que fazem a desossa está em 36,1%, o que mantém o bom poder de compra das indústrias, caso haja necessidade.
Para curto prazo fica a expectativa de como a demanda na ponta final se comportará. Pela terceira semana consecutiva os preços do suíno vivo registraram baixa.
A bolsa de comercialização de suínos "Mezo Wolters" definiu novas referências para o mercado paulista. Em relação ao maior preço praticado a queda foi de R$ 0,16/kg. Assim, os preços estão variando entre 73,00 a R$ 75,00/@, respectivamente R$ 3,89 a R$ 4,00/kg vivo, condições bolsa.
Segundo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a redução dos embarques de carne suína entre abril e maio, a oferta do produto aumentou no mercado brasileiro, pressionando as cotações dos cortes e do suíno vivo.
Em maio, as exportações de carne de suína 'in natura' caíram em receita e volume, tanto em relação ao mês passado, quando ao igual período do ano passado.
No período foram embarcados 41,7 mil toneladas, sendo a média diária de 1,9 mil/t. Esse resultado representa queda de 23,3% na comparação com o mês anterior e, 27,9% frente maio/16.
Na semana passada, o levantamento de preços realizado pelo Notícias Agrícolas, ao menos quatro praças recuaram. A maior queda ocorreu em Minas Gerais, que perdeu 12% de seu valor, sendo cotado a R$ 2,20/kg. Seguido do Paraná, onde a queda foi de 8,89% deixando o quilo do animal vivo precificado em R$ 2,05/kg.
Um dos fatores que prejudicou o setor foi a queda nos preços da carne bovina, o que aumentou a competitividade em relação à carne de frango.
Além disso, a crise política trouxe preocupações ao setor por trazer de volta a volatilidade cambial, ainda que o real desvalorizado traga um maior espaço para as commodities agrícolas no cenário internacional.
“Há de ser considerada também a questão da JBS, que vive uma situação complexa nesse momento, o que deixa as projeções para o futuro bastante imprevisíveis”, explica o analista, Fernando Iglesias, da Safras & Mercado.