Foto: Ahmad Jarrah
A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, manteve a prisão domiciliar do empresário Alan Malouf, sócio do buffet Leila Malouf, preso preventivamente, no dia 14 de dezembro, durante a deflagração da 3ª fase da Operação Rêmora, denominada Operação Grão Vizir.
Alan é acusado pelo Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco) de ser um dos líderes no esquema de fraudes em licitação e cobrança de propina de empresários que tinham contratos com aa Secretaria do Estado de Educação (Seduc).
A decisão, publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) nesta quinta-feira (8), negou o pedido de liberdade requerido pela defesa do réu, representada pelo advogado Huendel Rolim. Ele teve a prisão convertida em domiciliar no dia 24 de dezembro do ano passado.
No requerimento, a defesa do empresário pediu a revogação da prisão domiciliar alegando que o cliente está colaborando com a as investigações, além de trabalhar de forma lícita. No entanto, o Ministério Público Estadual (MPE) se manifestou contra o pedido.
Por fim a magistrada entendeu que o réu não mereceria a revogação da prisão por ainda haver motivos de manter a custódia de Alan Malouf.
“Ademais, conforme bem registrado pelo Ministério Público, o requerente não demonstrou de maneira satisfatória a necessidade de ter que deliberar externamente as questões relacionadas ao seu trabalho, considerando que não juntou aos autos documentos que comprovassem suas alegações”.
"Isso posto, sem mais delongas, INDEFIRO os requerimentos formulados pela defesa do acusado ALAN AYOUB MALOUF, devidamente qualificado nos autos, já que se fazem presentes os fundamentos legais para a manutenção da prisão domiciliar decretada em seu desfavor”, determinou a juíza.
Audiência de instrução
Após ter virado réu na Operação Rêmora, Alan e o engenheiro eletricista Edézio Ferreira da Silva serão ouvidos, nesta quinta-feira (8), pela magistrada em uma audiência de instrução da ação penal oriunda da Operação Grão Vizir.
O depoimento do empresário gerou grande expectativa por haver indícios de que ele relate o envolvimento de políticos que levaram ao esquema de fraudes na Seduc.
A Operação
A denúncia derivada da 1ª fase da Operação Rêmora foi aceita pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, substituto da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, em maio deste ano. O Gaeco apontou crimes de constituição de organização criminosa, formação de cartel, corrupção passiva e fraude a licitação.
Na 1ª fase, foram presos o empresário Giovani Guizardi; os ex-servidores públicos Fábio Frigeri e Wander Luiz; e o servidor afastado Moisés Dias da Silva. Apenas Frigeri continua preso.
Nesta fase, são réus na ação penal: Giovani Belato Guizardi, Luiz Fernando da Costa Rondon, Leonardo Guimarães Rodrigues, Moises Feltrin, Joel de Barros Fagundes Filho, Esper Haddad Neto, Jose Eduardo Nascimento da Silva, Luiz Carlos Ioris, Celso Cunha Ferraz, Clarice Maria da Rocha, Eder Alberto Francisco Meciano, Dilermano Sergio Chaves, Flavio Geraldo de Azevedo, Julio Hirochi Yamamoto filho, Sylvio Piva, Mário Lourenço Salem, Leonardo Botelho Leite, Benedito Sérgio Assunção Santos, Alexandre da Costa Rondon, Wander Luiz dos Reis, Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva.
Em julho, o Gaeco deflagrou a 2ª fase da operação, prendendo o ex-secretário da Seduc, Permínio Pinto. Posteriormente ele foi denunciado junto com o ex-servidor Juliano Haddad.
A Rêmora 3 foi deflagrada em dezembro, após a delação premiada firmada pelo empresário Giovani Guizardi. Denominada “Grão Vizir”, a operação culminou na prisão preventivamente do empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, apontado pelo delator como doador de R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques no governo e tentado recuperar os valores por meio do esquema.
A terceira fase resultou em outras duas denúncias. Uma tendo como alvos o próprio Alan Malouf, considerado um dos líderes do esquema, e o engenheiro Edézio Ferreira.
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