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Por G1
Dezessete internos vão ser transferidos do Centro Socioeducativo Lar do Garoto, em Lagoa Seca, no Agreste paraibano para unidades educativas em João Pessoa e Sousa, no Sertão paraibano, nesta quinta-feira (8). A informação foi confirmada pelo vice-diretor da unidade, Francisco Souza e atende a pedido do Ministério Público, que quer começar o plano para reduzir a superlotação da unidade.
Na madrugada do sábado (3), sete internos morreram e outros dois ficaram feridos durante rebelião na unidade. As vítimas foram espancadas e seis delas queimadas ainda vivas. Três internos com mais de 18 anos foram presos suspeitos das mortes e transferidos para o presídio Serrotão, em Campina Grande.
Outros seis internos, um deles também suspeito das mortes, fugiram durante a rebelião. Já na quarta-feira (7), outros quatro fugiram em um novo tumulto. Oito internos continuam foragidos e a polícia segue à procura deles nesta quinta.
Ainda conforme a direção do Lar do Garoto, no início da manhã desta quinta-feira, dez internos já foram transferidos para o Centro Educacional Edson Motta, em João Pessoa. Eles saíram em um ônibus escoltado por duas viaturas da Polícia Militar. Os outros sete internos vão para o Centro Educacional do Adolescente (CEA), em Sousa, mas o horário da transferência ainda não foi divulgado.
Mobilização de outros órgãos
Na quarta-feira (7), o Juiz de direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Campina Grande, Algacyr Rodrigues Negromonte, solicitou e autorizou que a Polícia Militar do Estado da Paraíba reforce a segurança dentro do centro socioeducativo Lar do Garoto. Por meio de um ofício, o juiz pediu ainda que fosse realizada uma operação “Pente Fino” para localizar objetos ilícitos no local.
Também na quarta, o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) da Paraíba emitiu nota pública sobre a rebelião ocorrida na unidade. No documento, o CEDH culpa o Governo do Estado pelas sete mortes registradas. O conselho diz que já havia feito recomendações e ainda cobrou das autoridades esclarecimentos e investigações transparentes.
De acordo com a direção do Lar do Garoto, após a rebelião, foram encontradas facas, barras de ferro e espetos dentro do centro. Dos 25 quartos existentes no local, sete deles foram parcialmente destruídos. Os danos foram na parte elétrica, telhado e grades.