Nacional

Roraima recebe R$ 480 mil do governo para investir em abrigo

Foto: reprodução

Por Agência Brasil

Roraima recebeu R$ 480 mil do governo federal para investir no Centro de Referência ao Imigrante, espaço que abriga venezuelanos índios e não-índios na zona Oeste de Boa Vista, informou o governo do estado nessa quarta-feira (7).

De acordo com a titular da Secretaria de Trabalho e Bem Estar Social, Emília Campos, o valor foi liberado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
O montante será usado para fazer pequenos consertos na estrutura do ginásio onde funciona o abrigo, comprar alimentação e colchões. Os reparos serão feitos principalmente nos banheiros do local.

Atualmente, há 289 venezuelanos morando no abrigo, calcula a Defesa Civil. Desse total, 205 são índigenas da etnia Warao e 84 venezuelanos não-índios.

O centro é mantido pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), com apoio da Federação Humanitária Internacional.

Esta é a primeira vez que o estado recebe verba federal para ser usada no abrigo, de acordo com Emília. O valor, segundo ela, foi solicitado desde dezembro de 2016, quando o local começou a funcionar.

"Desde que eles foram para o ginásio começamos a trabalhar junto ao governo federal. Recebemos algumas visitas técnicas no abrigo e agora conseguimos o recurso. A gente entende que é um recurso que ajuda no primeiro momento, mas futuramente vamos pecisar de mais", disse a secretária. 

Ela estima que os R$ 480 mil dure cerca de seis meses. Para gerir o recurso, a secretária disse que foi feito um plano de ação detalhando como será usado o dinheiro.

O planejamento inclui número de colchões a serem comprados, de botijas de gás, quantidade de alimentos e outros. O governo fará licitação para contratar os serviços que serão usados com o valor.

A alimentação servida atualmente é de doações de empresários, por este motivo, foi necessário separar um valor específico só para comprar comida. "A doação nem sempre é certa, há dias que temos e outros que não temos", pontou a secretária.

Todo o material comprado será disponibilizado a venezuelanos indígenas e não-indígenas. Entretanto, a permanência de cada estrangeiro no abrigo deve ser de no máximo 15 dias, conforme havia informado a Defesa Civil.

"O abrigo é provisório, é uma ajuda emergencial e inicial para o imigrante que chega sem dinheiro para comer, sem ter uma casa ou emprego. Então, para a gente não ter crianças na rua, mulheres na rua, nós disponibilizamos esse espaço. Mas precisamos ter essa rotatividade, pois temos um limite de atendimento. Essa é inclusive uma recomendação da ONU", explicou Emília.

O abrigo funciona desde o dia 27 de dezembro e em abril deste ano o governo anunciou que ia manter o local 'por tempo indeterminado'.

Abrigo em Pacaraima
A titular da Setrabes disse ainda que um grupo de trabalho discute soluções para ajudar venezuelanos em Pacaraima, cidade ao Norte de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, porém, ainda não há nada definido na prática.

Na cidade que antes tinha só 9 mil habitantes, hoje há centenas de venezuelanos vivendo nas ruas. Alguns chegam a morar dentro de banheiros públicos.

O governo do estado junto com o governo federal estuda um plano de contingência.

"O problema não é criar um abrigo. É quem vai gerenciar, estar à frente, qual vai ser a responsabilidade do estado, do município, o que o governo vai poder dispor de recursos. Isso tudo está sendo definido. Acredito que nos próximos dias essa fase se encerre e a partir daí se instale um abrigo em Pacaraima, mas não temos definido ainda, estamos caminhando para isso", finalizou Emília.

O governo estima que desde o ano passado 30 mil venezuelanos chegaram ao estado.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus