Nessa época de trevas, de ódio lateral e de batalha entre coxinhas e mortadelas e nós, os pamonhas, qualquer papo de bar sempre acaba em exaltação.
– Para, gurizada. Temos de deixar de ser pessimistas. A palavra amor aparece mais vezes no Google que a palavra medo!
– É isso aí, Jawn! – dispara Pilly.
Pra cada pessimista, que diz que este mundão de meu Deus tá acabando, temos 100 casais querendo ter filhos. E tem coisa mais linda, mais importante, mais maravilhosa do que ter filho?
– Pô, Jawn. Nunca pensei por esse lado. A gente sempre leva pro Dark side of the moon.
– Exato, Bugão. A gente só olha o copo vazio. Pra cada tanque que esses exércitos constroem, são fabricados 120 mil ursinhos de pelúcia. Entendeu? As pessoas compram mais sonhos. O amor sempre vendeu mais. Existem muito mais doadores de sangue do que pessoas corruptas. Mas a gente só noticia a quadrilha de Temer.
– Precisa mostrar que somos bons – solta Geleia virando seu copo de cerveja.
– Isso, meu querido. Existem razões para acreditar. Nós, os bons, somos a maioria.
Pedro interrompe meu discurso antes do grand finale:
– Vai tomar no cu, Jawn. Isso é propaganda da Coca caralho.
Pois é. Nós brasileiros somos ass… Ah… quer saber…
– Testando você, Pedro, só te testando… Garçom, mais uma aí, por favor!