Algum tempo atrás encontrei um conhecido de longa data e conversa vai, conversa vem, ele me solta: “eu só namoro mulher bonita, beleza pra mim é fundamental”. Na hora o que me veio foi apenas o pensamento: engraçado, você nem é lá grande coisa pra exigir isso de alguém! – mas calei-me. Aquilo me incomodou, mas não soube por quê.
Agora, recentemente, uma amiga, que, diga-se de passagem, é linda, me disse quase a mesma coisa: “eu me cuido, malho, estudo, invisto em mim, por que vou aceitar alguém que não tenha essas qualidades também?”. Mais uma vez o incômodo. Desta vez me percebi parecida com eles. Criando uma lista de exigências interminável. Percebi que essa baboseira toda é apenas uma forma de não se relacionar verdadeiramente com alguém.
A maioria dos itens estava ancorada no físico, relações baseadas apenas no físico não duram, não preenchem e acabam. O que sei HOJE sobre o amor: quando chego em casa e vejo minhas filhas sorrindo, alegres, me alegro. Em fevereiro meu filho se mudou para o Sul para estudar, de repente ele nos manda uma foto dizendo: “Olha a cara de felicidade de quem esta fazendo o que ama!”.
Apesar da saudade, me alegrei! Isso é amor. Mas e o amor fora de casa? Hoje minha irmã compartilhou um vídeo de um rabino falando sobre o amor: “… Não comemos o peixe porque o amamos, nós o tiramos da água, o matamos e o comemos. Um amor egoísta, você pode estar com alguém apenas para corresponder às suas satisfações, necessidades; mas isso não significa amor, amor verdadeiro é gostar do outro pelo que ele é, amor verdadeiro está baseado em doar e não em receber”.
O desafio é buscar exercitar outras formas de amar que não seja só o relacionamento a dois, com amigos, no trabalho, na caridade etc. Entendo que quando o pré-requisito para se amar está na beleza, no físico, minha experiência com o amor está ainda no jardim de infância, e precisa crescer.
Namastê.