Foto: Mary Juruna
A Polícia Judiciária Civil (PJC) instaurou um inquérito para apurar o apontamento feito pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, quanto a existência de grampos ilegais em Mato Grosso por meio da tática conhecida como “barriga de aluguel” – em que números de telefones de pessoas comuns são inseridos em pedidos judiciais de quebra de sigilo, sem qualquer relação com investigações – realizados a partir de investigação da instituição.
Em ofício encaminhado a corregedora-geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), desembargadora Maria Aparecido Ribeiro.
Conforme o ofício encaminhado no dia 25 de maio, a ex-servidora da extinta Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), Tatiana Sangalli, e a ex-servidora da Casa Civil, Caroline Mariano dos Santos – ambas ligadas ao ex-secretário Paulo Taques – foram alvo de pedidos de interceptações telefônicas irregulares.
De acordo com Selma, os números telefônicos das duas foram inseridos pela delegada Alana Derlene Souza Cardoso, no âmbito da Operação Forti, em fevereiro de 2015, que investigava crimes ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT).
Por meio de nota à imprensa, a PJC, além de informar a abertura do inquérito, declarou que a operação tramitou no âmbito da Sesp no período de 02 de fevereiro a 26 de maio de 2015.
A delegada Alana Cardoso segundo a polícia, neste momento não quer se pronunciar e irá esperar as investigações, tendo em vista que envolve o nome da instituição.
Confira a nota na íntegra:
"A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) e a Polícia Judiciária Civil esclarecem que, em relação aos fatos noticiados pela juíza Selma Rosane Santos de Arruda, a operação 'Forti' tramitou no âmbito da SESP no período de 02 de fevereiro a 26 de maio de 2015, tendo sido coordenada pela Secretaria Adjunta de Inteligência.
Já foi instaurado procedimento apuratório pelas Corregedorias da SESP e da Polícia Judiciária Civil."
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