Notícias Agrícolas
Após uma sessão de volatilidade, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia em campo negativo. As principais posições do cereal finalizaram o pregão com desvalorizações entre 1,75 e 2,25 pontos. O vencimento julho/17 era cotado a US$ 3,69 por bushel, enquanto o setembro/17 operava a US$ 3,77 por bushel. Já o dezembro/17 trabalhava a US$ 3,87 por bushel.
Segundo o portal Farm Futures, os preços da commodity foram pressionados pelo fraco desempenho das vendas para exportação. Conforme relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), as vendas do cereal somaram 457,2 mil toneladas na semana encerrada no dia 18 de maio.
O volume indicado ficou abaixo das expectativas dos participantes do mercado, entre 600 mil a 900 mil toneladas. E representam uma queda de 35% em relação à semana anterior. No acumulado da temporada, as vendas americana já somam 53.255,8 milhões de toneladas, contra pouco mais de 41,8 milhões do ano passado, no mesmo período.
Além disso, o mercado também foi pressionado pela forte queda registrada nos preços do petróleo nesta quinta-feira. "O recuo afeta diretamente as cotações do etanol", ponderou a Granoeste Corretora de Cereais. Os preços caíram mais de 5% depois das informações de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu ampliar os cortes na produção em nove meses, até março de 2018, em uma tentativa de enxugar o excesso global, que pressiona os mercados.
Paralelamente, o mercado ainda permanece atento ao comportamento climático no Meio-Oeste dos EUA. Com 84% da área semeada, há muitas especulações em relação às áreas de replantio. E, por enquanto, as previsões climáticas ainda indicam precipitações em boa parte do Corn Belt nos próximos três dias.
Do lado positivo, o departamento americano anunciou a venda de 115,4 mil toneladas do cereal para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue ao longo da temporada 2016/17.
Mercado brasileiro
No mercado interno, a quinta-feira foi de ligeiras movimentações aos preços do cereal. De acordo com levantamento realizado pelo economista André Lopes, o preço caiu 7,69% em Sorriso (MT), com a saca a R$ 12,00. Em Ubiratã e Cascavel, ambas as praças no Paraná, a queda ficou em 2,38% e a saca a R$ 20,50. Em Pato Branco, a perda foi de 2,35%, com a saca a R$ 20,80.
Na contramão desse cenário, o valor subiu 2,22%, com a saca a R$ 23,00 no Oeste da Bahia. No Porto de Paranaguá, o valor futuro permaneceu estável em R$ 29,00 a saca.
Os analistas ainda destacam que as negociações caminham lentamente no mercado doméstico. Os grandes compradores aguardam a chegada da segunda safra ao mercado e os vendedores estão mais cautelosos nas negociações com as empresas do grupo JBS.
Ainda hoje, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou mais três operações de apoio à comercialização do cereal. No caso dos contratos de opção, 100% do total ofertado, de 7,4 mil contratos, foi negociado.
Já no leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) foram arrematadas 368,4 mil toneladas, o equivalente a 73,69% do total ofertado, de 500 mil toneladas. No caso do Pep (Prêmio para o Escoamento de Produtor), apenas 27,40% do volume ofertado, também de 500 mil toneladas, foi negociado. A sobra ficou em 363 mil toneladas de milho.