Foto: Diego Vara/Agência RBS
Após 47 dias da tragédia que lhe arrancou as duas mãos, a jovem Geisiane Buriola da Silva, de 31 anos, agora se prepara para recomeçar a vida. Depois de ser brutalmente atacada pelo ex-marido a golpes de facão no último dia 10 de abril, a diarista recebeu alta nesta terça-feira (23) do Hospital Municipal São Benedito.
Apenas 6h de um longo percurso de 390 km entre a Capital e Campo Novo dos Parecis a separava dos dois filhos. Para ela, parecia uma eternidade, já que não os via desde o episódio que ficará para sempre marcado no corpo e na memória. “Eu chorei um pouquinho. Eles também. A Giovana [filha mais nova] ficou um pouco revoltada quando me viu, pois ela presenciou toda a cena de violência e, apesar disso, acho que ainda não estava preparada para me ver sem mãos”, comentou.
A luta para juntar os pedaços de uma vida dilacerada pela violência doméstica teve início na noite desta terça, ao chegar de viagem à casa da mãe, seu mais novo lar. “Não tenho mais condições de morar sozinha. Me tornei totalmente dependente. Agora preciso da ajuda da minha família pra tudo. A casa em que eu morava já até aluguei”, revelou.
De acordo com a mãe de Geisiane, Maria Buriola, está sendo uma experiência nova para todos. Ela explica que é como se sua filha tivesse voltado a ser aquela bebêzinha de 30 anos atrás. “Já para as crianças é o contrário. Os papéis se inverteram. Eles querem ajudar a cuidar, dar banho, comida, água”.
Geisiane ficou em coma induzido por 22 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Benedito. Atendida por uma equipe de múltiplos profissionais, entre médicos, enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas, nutricionista e fonoaudióloga, ela revela que sente saudades do carinho do atendimento dos profissionais, mas não via a hora de voltar pra casa. “Agora é hora de começar uma nova vida”, finalizou.
Fonte: Assessoria
