O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga, participou de uma reunião em Sorriso, nesta terça-feira (23) a convite dos prefeitos da região, para discutir a situação do hospital regional. Fraga alega que o governo está priorizando pastas e recursos que não deveriam ter tanta atenção.
"O governo está faltando um planejamento do estado para priorizar a área de saúde. O governo não pode concentrar investimentos somente em segurança pública, construção de estradas, festas na arena e viagens internacionais”, ressalta.
De acordo com o presidente da associação o problema do Hospital Regional de Sorriso, dos hospitais filantrópicos do Estado não pode ser resolvido somente de forma emergencial. Ele aponta que uma das alternativas para resolver o problema da saúde seria acelerar o processo de votação do projeto que trata da compensação da Lei Kandir.
“Para isto, será necessário que o governo federal repasse aquilo que o estado e os municípios deixaram de arrecadar com a desoneração do ICMS nas exportações. Somente nos últimos anos, cerca de R$ 4,5 bilhões deixaram de entrar nos cofres do estado e das prefeituras, por conta da falta de compensação em relação aos exportadores de matéria-prima”, observou.
A exigência é de haja mais investimentos na área da saúde a curto, médio e longo prazo. Neurilan disse, ainda, que “não podemos ficar apagando incêndio a toda hora, por isso é necessário neste momento discutir as ações que resultem em tranquilidade para a população que tanto necessita da saúde pública”.
O governo estadual está devendo os repasses da saúde há 10 meses, e isto está comprometendo o atendimento nos municípios. Alguns municípios estão sem receber os repasses do governo estadual há um ano. O Programa de Atenção Básica é um dos mais prejudicados. Pela Constituição, os municípios deveriam investir 22% do orçamento na área de saúde, mas atualmente gastam até 28% do orçamento das prefeituras nesta área.
O Programa de Saúde da Família (PSF) é o primeiro atendimento em que as pessoas encontram as dificuldades. Os casos quando são encaminhados para Cuiabá já chegam em estado grave e a consequência é a superlotação do Pronto Socorro da capital.
Mato Grosso tem sete hospitais regionais sendo em Sorriso, Sinop, Água Boa, Rondonópolis, Cáceres, Alta Floresta e Colíder. Por falta de recursos a situação está ficando caótica, principalmente em Sorriso, onde o hospital é referência para 15 municípios da região. “A Associação Mato-grossense dos Municípios não tem medido esforços para cobrar os repasses dos recursos do governo do estado. A população cobra diretamente dos prefeitos diariamente uma solução para os problemas”, finalizou.
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