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Por G1
Os usuários de drogas da Cracolândia em São Paulo se dispersaram para locais próximos à região da Luz após a ação realizada no domingo (21) pelas polícias Civil e Militar de São Paulo com o objetivo de acabar com o uso de drogas no local.
Durante a madrugada, usuários se concentraram dentro de um posto de combustível. Eles invadiram o estabelecimento quando o posto ainda estava aberto. O comércio fica na Avenida Rio Branco, a duas quadras do antigo ponto de concentração.
Pela manhã, eles já tinham sido dispersados pela Guarda Civil Metropolitana. Uma outra aglomeração, porém, formou-se na Avenida Duque de Caxias com a Rua Santa Ifigênia, perto de um dos principais pontos de comércio de eletrônicos da capital.
Durante a dispersão no domingo, alguns usuários de drogas deixaram rastros de destruição. Um grupo entrou em uma padaria na Alameda Barão de Limeira e depois roubou uma banca de jornais. Carros também foram destruídos.
No total, 38 suspeitos de traficar drogas foram presos na operação de domingo, que contou com a participação de 976 policiais. Foram apreendidos 10 quilos de crack, 3 fuzis e outras armas. Foram encaminhadas para abrigos 300 pessoas. Doze foram internadas.
A ação foi responsável ainda pelo fechamento de uma das pensões que funcionavam na região com um muro. Outro muro que fechava a entrada de um terreno foi demolido. A administração municipal diz que outros edifícios serão demolidos para a reurbanização da área.
Fim?
Para o prefeito de São Paulo, João Doria, a Cracolândia "acabou". "A Cracolândia aqui acabou, não vai voltar mais. Nem a Prefeitura permitirá, nem o governo do Estado. Essa área será liberada de qualquer circunstância como essa. A partir de hoje, isso é passado. Vamos colocar câmeras de monitoramento", disse. Segundo ele, os hotéis do programa "Braços Abertos", que atendiam os usuários, da gestão de Fernando Haddad, serão destruídos. Segundo Doria, a região vai ganhar moradias construídas pela iniciativa privada.
Em outra coletiva, pouco depois, Doria relativizou e afirmou que o problema não será resolvido facilmente. "Não vamos conseguir acabar com um problema histórico, mas vamos reduzi-lo sensivelmente e acabar com o shopping center ao ar livre vendendo drogas 24 horas por dia para as pessoas. A polícia vai ficar permanentemente aqui, e haverá a interdição imediata de todas as pensões e hotéis [do Braços Abertos], serão bloqueados e na sequência, derrubados, demolidos, o mais rápido possível", afirmou.
Dos 69 mandados de prisão temporária determinados pela Justiça, 28 foram cumpridos, segundo o secretário da Segurança do Estado, Mágino Alves. Os demais foram presos em flagrante.
Também foram cumpridos mais de 70 mandados de busca e apreensão. Entre os presos está um traficante conhecido como FB, chamado de Fábio, que foi preso em Caraguatatuba e que, segundo Mágino Alves, é apontado como responsável por abastecer com drogas a Cracolândia.
O objetivo da ação foi identificar pontos de venda de drogas, apreender entorpecentes e localizar e prender traficantes. Segundo a Prefeitura e o governo estadual, a intenção é limpar e revitalizar a Cracolândia, inclusive com a instalação de habitações populares.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que a operação é a primeira para acabar com o tráfico na região e que, agora, começam as ações sociais. "Demos o primeiro passo hoje para acabar com a Cracolândia na região da Nova Luz. Agora começa o trabalho social e de saúde, temos mais de 3 mil vagas para dependentes químicos", afirmou.