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A empresa responsável pelos escândalo político mais recente no País, JBS S/A, doou cerca de R$ 3 milhões a políticos do Estado de Mato Grosso, nas eleições do ano de 2014. Apenas o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) recebeu a quantia de R$ 1 milhão.
As informações constam nas prestações de contas dos candidatos, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apenas os deputados federais eleitos receberam R$ 1,5 milhão.
O senador Wellington Fagundes (PR) foi quem mais recebeu dinheiro da empresa, somente da JBS Fagundes recolheu R$ 1,4 milhão em três parcelas, duas de R$ 500 mil e outra de 400. Já a Seara doou 450 mil para a campanha do Senador. Todas os recebimentos se deram pela direção nacional do PR.
Os políticos de MT financiados com recursos da JBS receberam o dinheiro via direção partidária a nível estadual, distrital e nacional. A campanha do deputado Carlos Bezerra, por exemplo, embolsou R$ 500 mil via direção nacional do PMDB e R$ 500 mil via transferência eletrônica.
A ordem decrescente continua com o candidato derrotado ao Governo do Estado, no ano de 2014, Lúdio Cabral (PT), que conseguiu auferir o valor de R$ 475 mil, através de repasse da direção nacional do Partido dos Trabalhadores.
Na sequência dos que mais receberam estão os deputados federais Ságuas Moraes (PT) e Fábio Garcia (PSB). Ambos arrecadaram R$ 150 mil cada, via direção estadual e distrital dos partidos pertinentes.
Em seguida, aparecem os deputados Valtenir Pereira (PMDB), à época filiado ao Pros, que angariou quantia de R$ 50 mil da direção nacional da sigla. O deputado Adilton Sachetti (PSB) também recebeu R$ 50 mil da empresa, por meio da direção estadual do PSB.
O deputado Victório Galli foi quem recebeu a menor quantia, R$ 30 mil, via direção estadual do PSC.
Já o deputado federal José Augusto Curvo, o Tampinha (PSD), e Nilson Leitão (PSDB) não receberam dinheiro da referida empresa, assim como o governador Pedro Taques (PSDB). O deputado Ezequiel Fonseta (PP) também não recebeu dinheiro da empresa.
A delação
As delações dos donos da JBS foram homologadas no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo ministro Edson Fachin. Além de documentos apresentados pelos empresários Joesley Batista e Wesley Batista, foram entregues vídeos, fotos e arquivos de áudio.
Dentre esses áudios está uma gravação entre Joesley e o presidente Michel Temer (PMDB), na qual o empresário revela ao presidente que está tentando trocar juízes e procuradores que atuam no caso da JBS, na Lava Jato e o presidente apenas afirma “ótimo”.
O áudio flagra também o presidente da República dando aval para o empresário comprar o silêncio do ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
*Matéria atualizada às 12h25 para acréscimo de informações
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