Jurídico

Vagas em concursos públicos podem aumentar mesmo no período de crise

Por: Estadão

É tanta gente no mesmo cargo que a profissão já pode ser considerada uma das mais populosas do país: em todo o Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem de Domicílios (Pnad), há dez milhões de “concurseiros profissionais”. Gente cuja principal atividade durante anos é pesquisar editais, montar planos de estudo e fazer provas, sempre à espera do dia em que verá o nome publicado no Diário Oficial.

Nos últimos tempos, no entanto, o sonho da aprovação parecia um pouco mais distante por uma equação que não fechava: com a crise e o aumento do desemprego, mais gente decidiu pleitear um emprego público e garantir estabilidade. Ao mesmo tempo, os cortes orçamentários anunciados pelo governo fizeram os editais minguarem. Mas esse mesmo cenário político e econômico deu espaço para outra interpretação e, esta sim, tem animado os concurseiros em 2017.

Ao contrário do ano passado, os especialistas acreditam que o mundo dos empregos públicos será aquecido em 2017 por ao menos dois motivos. Em primeiro lugar, o anúncio da reforma previdenciária fez com que muitos servidores pedissem aposentadoria, o que levou a um déficit de funcionários no serviço público. Ao mesmo tempo, os desdobramentos da Operação Lava Jato estimularam a redução do volume de cargos comissionados, que devem ser substituídos por gente concursada.

“Quanto à Previdência, como a reforma ainda está por vir, o número de pedidos de aposentadoria deve aumentar nos próximos anos. O que é oportuno para quem presta concursos”, afirma Marco Antonio Araújo Junior, diretor do curso Damásio. “Em relação aos cargos comissionados, mesmo que a máquina decida não transformar todos os postos em concursados, um bom tanto terá de ser preenchido”.

Na soma, estima-se que sejam ofertadas 85 mil vagas para cargos públicos em 2017, isso sem contar aquelas destinadas a cadastro reserva, que devem chegar a 25 mil. É um número alto, mas bem longe de garantir a conquista dos 10 milhões de pretendentes. Nessa batalha que, na conta simples, mostra haver mais de cem candidatos disputando cada vaga, os cursinhos preparatórios registraram um aumento de matrículas de 30% desde janeiro, em comparação a 2016.

10 DICAS PARA QUEM ESTUDA SOZINHO

Não exagere

Não adianta estudar 20 horas seguidas para dar conta do atraso. Sem descanso, o cérebro não funciona. Estipule, então, horários para comer e dormir e não se esqueça que a concentração diminui a cada 50 minutos de estudo consecutivo. Logo, pare 10 minutos por hora para descansar.

Seja realista

Não se obrigue a dar conta de mais conteúdo do que consegue. Se está difícil seguir o planejamento, reveja e faça um mais factível. O prazer de conseguir cumprir a meta já será um estímulo.

Leia o edital

Além das informações sobre o cargo, ele traz as disciplinas que vão compor a prova e o peso de cada uma na nota. Isso ajuda a montar um planejamento com prioridades e dedicação maior ao que será mais cobrado.

Aproveite “amostras grátis”

Participe de eventos de cursinhos preparatórios. Neles, você tem contato com bons professores de graça. Várias instituições promovem simulados gratuitos, com divulgação do ranking das notas.

Não erre no material

Consulte os fóruns especializados para saber a opinião de outros concurseiros sobre os melhores materiais (livros, apostilas e videoaulas) para a prova que quer fazer.

Resolva provas anteriores

Elas estão em sites especializados, fóruns de concurseiros e sites das empresas organizadoras. Além de testar seu conhecimento, é a forma mais eficaz de entender a lógica da banca.

Nunca “deixe para lá”

Só avance na matéria se compreender o conteúdo todo. Pular partes pode atrapalhar o aprendizado. Só inicie novo ciclo de estudos se o número de acertos em exercícios ficar próximo de 85%.

Estude em grupo

Una-se a dois ou três amigos que vão fazer a mesma prova. Serve para tirar dúvidas e como estímulo.

O Google não sabe de tudo

Compare as informações antes de acreditar piamente em um conteúdo em que você não conhece a credibilidade da fonte.

Português é difícil

Como parece a mais fácil das disciplinas do edital, muita gente ignora e se dá mal. Português tem peso alto e costuma ter os maiores índices de reprovação.

ARTIGO

Brasil, país em que se prende muito, mais um mito a desconstruir!

Por: Fábio Costa

Indignado com o discurso bandidólatra que por aí tem sido repetido à exaustão, em especial na mídia e na academia (aliás como se faz com toda a mentira que se pretende transformar em verdade), de que no Brasil se prende muito e que, portanto, devemos desencarcerar, fiz o seguinte post no Facebook: "Mitos que contaram para você e que, muito possivelmente, tenhas acreditado: no Brasil se prende muito , temos a 4ª maior população carcerária e há excesso de presos provisórios. Vamos lá. Em nosso país se mata mais do que na Síria, pais imerso em cruenta guerra civil. A média anual de homicídios, desde 2004, orbita em torno de 50 mil ao ano. Destes 50 mil homicídios , apenas 8% têm a autoria esclarecida (o que não significa que resulte em processo, condenação e efetiva punição). Somos campeões em números absolutos de homicídios. Dos 100% dos inquéritos policiais enviados ao MP, apenas 29% se prestam à denúncia (o que não é o mesmo que condenação e efetiva punição). Como raciocínio puramente lógico , por falhas do sistema, há uma infinidade de criminosos soltos que sequer foram identificados. Há, portanto, muito mais criminosos soltos do que presos. Com relação ao tamanho da massa carcerária no Brasil, este é o mito de que mais gosto. Somos a 4ª massa carcerária do mundo porque somos a 5ª maior população. Assim, é óbvio que, em termos absolutos, tenhamos números expressivos de pessoas presas. Agora, no que diz respeito a números relativos, em uma análise por 100 mil habitantes, somos o 32° país do ranking, perdemos até para as ilhas Maldivas. Por fim, no que diz respeito ao número de presos provisórios (ainda sem decisão transitada em julgado) somos, em termos relativos, o 72º país do ranking mundial. Por esses motivos, quando você ouvir um especialista falando essas crendices, desconfie: ou ele não sabe do que está falando (o que é ruim) ou ele sabe o que está dizendo (o que é pior)”.

O post acima, mais além do que um desabafo, tinha objetivo de se constituir em um alerta: ideias e discursos não são inócuos, têm profundas consequências. Talvez o mais nefasto de todos os efeitos do referido discurso, de considerar o encarceramento como causa da violência e não consequência necessária desta, é gerar políticas lenientes em matéria de Segurança Pública, as quais, antes de tudo, estimulam o crescimento da criminalidade.

Os números, infelizmente, mostram que tenho razão. Ao longo dos últimos treze anos, marcados por medidas brandas na área penal, Estatuto do Desarmamento, vertiginoso crescimento econômico, miríades de políticas inclusivas e distribuição de renda como nunca dantes vista na história do país, os números relativos à criminalidade, ao invés de decrescerem, aumentaram assustadoramente.

O número de homicídios no Brasil simplesmente não parou de crescer. Para o “orgulho” nacional, somos os recordistas em números absolutos de homicídios. Em nenhum outro país do mundo se mata tanto. De 2004 até 2017, a cada singular ano, cerca de 50 mil brasileiros foram assassinados, perfazendo algo em torno de 650 mil mortes.

Entre os anos 2011 e 2015, contabilizamos 279.567 mortes violentas intencionais, cerca de 20 mil a mais do que na Síria. Aliás, de 2012 a 2014, nem mesmo os cinco maiores grupos terroristas em ação ao redor do mundo, incluindo-se o Boko Haram (Nígéria), o Talibã (Afeganistão), o Estado Islâmico (Síria/Iraque) e o Al-Shabab (Somália), juntos, conseguiram matar tanto quanto os bandidos brasileiros mataram apenas em 2014. Os terroristas sequer atingiram a metade do número de mortes violentas praticadas em nosso país.

Apesar de tudo, da anomia em que estamos imersos, o Estado brasileiro, mais além do que medidas paliativas, não consegue alcançar à sociedade nenhuma medida eficaz de controle da criminalidade, seja ela violenta ou não. O pior, ainda, é que setores da academia e da intelectualidade nacional pregam, aos quatro ventos, que desencarcerar é a solução. Muito antes pelo contrário.

O Estado, em matéria de Segurança Pública, deve criar mecanismos eficazes de dissuasão e incapacitação dos criminosos, fazendo com que o custo do agir criminoso seja infinitamente superior ao benefício auferido com o ilícito. Até que o Estado aprenda a ser Estado e se constitua em uma ameaça crível, a criminalidade apenas irá aumentar. É um triste vaticínio, porém real. E que Deus tenha piedade de todos nós!

Dr. Fábio Costa, procurador de Justiça do Rio Grande do Sul

VALORIZAÇÃO

60% dos cargos comissionados são para servidores

Da Redação

O Governo Federal determinou que no mínimo 60% dos cargos comissionados terão que ser ocupados por servidores públicos concursados. A medida foi divulgada no Diário Oficial da União no início deste mês e tem como intuito valorizar os servidores públicos que ingressaram na carreira pública por meio de concursos públicos.

Uma das medidas implementadas foi a extinção de mais de 4 mil cargos e funções de confiança; e a conversão de aproximadamente 10 mil cargos DAS em Funções Comissionadas do Poder Executivo, que passaram a ser ocupadas apenas por servidores públicos concursados.

A reserva de vagas valerá para os Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS) 5 e 6, os grupos de cargos que recebem as melhores remunerações. Além disso, o decreto altera também os limites de ocupação de carreiras DAS de 1 a 4, e nesses casos, 50% da força de trabalho será de servidores públicos efetivos. Antes, a força de trabalho era de 75% para os cargos DAS 1, 2, 3 e 50% para DAS 4.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, declarou que o decreto é a primeira medida do Poder Executivo que determina uma parcela mínima para ocupação de cargos comissionados por servidores públicos, como diretores e dirigentes máximos, por exemplo.

Este é um complemento de uma série de medidas da reforma administrativa, que prevê organizar a atual estrutura do quadro de servidores do governo, segundo informações do Ministério do Planejamento.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.