Agronegócio

Mais recursos garantidos a máquinas e armazenagem

Enquanto avançam as negociações em torno do próximo Plano Safra (2017/18), o Ministério da Agricultura conseguiu, efetivamente, garantir mais verbas para linhas de crédito para investimentos que estão com demanda aquecida nesta temporada 2016/17.
Ontem em Ribeirão Preto (SP), no primeiro dia da Agrishow, maior feira do setor de agronegócios do país, o secretário de Política Agrícola da Pasta, Neri Geller, informou ao Valor que na sexta-feira foram concluídas as tratativas com o Tesouro, o Banco do Brasil e o BNDES para garantir mais R$ 1,05 bilhão para o Moderfrota, voltada à aquisição de grandes máquinas como tratores e colheitadeiras.

Desse montante, garantido com recursos de linhas com demanda menor, R$ 800,05 milhões serão disponibilizados a juros de 8,5% ao ano e R$ 200 milhões, a taxas de 10,5%. Com isso, a linha de crédito, que inicialmente contava com R$ 5 bilhões, fechará o ciclo com R$ 8,5 bilhões.

O ministério também anunciou durante o evento uma injeção adicional, igualmente à disposição até 30 de junho (quando finda a vigência do Plano Safra 2016/17), de R$ 180 milhões para o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que está sendo muito procurado em razão do risco de acúmulo de estoques derivado do baixo ritmo de comercialização de soja e milho, cujos preços domésticos desabaram nos últimos meses. "Esses R$ 180 milhões são suficientes para atender às demandas previstas para maio e junho", afirmou Geller.

As indústria de máquinas e implementos comemoraram os aumentos de recursos. "Todas as linhas de investimento do Plano Safra estão operando tranquilamente; a única que ainda carece de mais recursos são as do PCA", observou o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas, Pedro Estevão Bastos.

Praticamente cumprida a missão em 2016/17, portanto, o Ministério da Agricultura ganha fôlego para pressionar a Fazenda para que o Plano Safra 2017/18 ofereça aos produtores um montante total de R$ 192,84 bilhões – 4,8% mais que em 2016/17 -, a juros, em média, 2 pontos percentuais menores que os praticados no ciclo que terminará em junho.

Em um sinal de que a demanda por recursos seguirá forte no próximo ciclo, Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil, que lidera os desembolsos de crédito rural no país, informou durante a feira que apenas nos primeiros quatro primeiros meses deste ano a instituição liberou R$ 10 bilhões dos R$ 12 bilhões previstos para o pré-custeio rural da safra 2017/18.

Segundo Blairo Maggi, ministro da Agricultura, a agricultura já está pagando neste ciclo juros reais positivos de quase 3% ao ano, que é diferença entre as taxas de algumas linhas do Plano Safra 2016/17 em relação à Selic, e essa diferença chegará a 5% em 2017/18 caso não haja redução. Em discurso na abertura da Agrishow, Blairo disse que "isso não é condizente com a atividade agrícola e pecuária do Brasil".

Para tentar estimular o setor em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, assinou durante a Agrishow decretos para aberturas de crédito para os programas Pró-Trator e o Pró-Implementos, no valor de R$ 137 milhões, pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). Alckmin também anunciou um regime especial de devolução de ICMS retido para as indústrias de máquinas.

Redação

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