Política

Michel Temer discute adiar votação da reforma da Previdência

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FOLHAPRESS

Sem os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara, o governo discute adiar a votação da proposta na comissão especial que trata do assunto, o que estava previsto para acontecer nesta quarta-feira (3).

Segundo a reportagem do Folhapress apurou, a ideia é que o colegiado só aprecie o texto na semana que vem ou até mesmo na seguinte.

O presidente Michel Temer recebeu ministros e parlamentares neste domingo (1º) para discutir o andamento da nova Previdência. Pesquisa Datafolha divulgada no domingo indica que 71% dos brasileiros são contra a reforma.

O Planalto diz acreditar ter garantidos 20 votos para aprovar a proposta na comissão. No entanto, integrantes do governo admitem que ainda estão longe dos 60% de apoio necessário em plenário para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

Para evitar o desgaste de aprovar o texto no colegiado e ter que esperar indefinidamente até ter segurança para aprovar o texto definitivamente, Temer avalia aguardar mais um pouco.

O receio é que um período extenso possa estimular a base aliada a reivindicar novas flexibilizações no relatório, impondo novas derrotas à equipe econômica.
A reforma seria votada inicialmente na terça-feira (2). Mas, na semana passada, o governo decidiu postergar a votação em um dia.

A ideia é estender a discussão do texto, etapa que seria vencida nesta terça. Como ainda há 16 oradores inscritos, além dos líderes partidários, o presidente da comissão especial, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), não precisa levar a sessão até a madrugada, podendo esgotar a lista de quem deseja se manifestar ao longo da semana.

Marun não participou da reunião com Temer e disse que ainda não havia sido informado sobre o adiamento. "Estou indo à Brasília com o intuito de fazer a votação esta semana", afirmou.

Na tentativa de evitar pressões por novas mudanças, os maiores partidos da base, PMDB (64 deputados) e o PSDB (46 deputados), fecharão questão em apoio ao relatório na segunda quinzena do mês, movimento que tem o apoio do presidente.

Nesta terça, serão publicadas no "Diário Oficial da União" as primeiras exonerações de indicados políticos de parlamentares da base que votaram contra a reforma trabalhista, na semana passada.

A ideia é que os cargos sejam entregues sobretudo a parlamentares do "baixo clero" que não tinham sido contemplados pelo presidente e que podem avolumar o placar da reforma previdenciária.

O próprio presidente pretende se reunir pessoalmente com bancadas menores, como PSC e PRB, para conseguir mais votos favoráveis.

Em outra frente, o governo vai intensificar a comunicação. As cartilhas que já foram distribuídas aos parlamentares para explicar a reforma agora serão encaminhadas a entidades formadoras de opinião como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), que já se posicionaram contra a reforma.

Já foram impressos mil exemplares e outros dois mil serão encomendados nesta terça-feira. As impressões serão pagas por partidos da base aliada, segundo o deputado Beto Mansur (PRB-SP), que não soube informar os custos da produção.

Redação

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