Plantão Policial

Investigação de chacina em Colniza pode passar para Polícia Federal

A chacina de nove pessoas em Colniza (1.065 km de Cuiabá-MT) pode passar para status de crime federal. Deputados da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal fizeram diligência no início da semana no município para coletar informações que irão compor o pedido de federalização do crime. Informações são da Agência Brasil.

A intenção, de acordo com o presidente da comissão, Paulão (PT-AL), é que a Polícia Federal assuma o caso, para que a investigação seja feita com mais estrutura e sem pressões locais.

“Vamos fazer um relatório e remetê-lo ao Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República, solicitando a participação da Polícia Federal”, disse nesta sexta-feira (28).

Segundo o deputado, a região de Colniza tem um histórico de grilagem de terra que, no passado, envolvia pessoas com poder econômico e político. Além disso, a polícia local teria pouca estrutura para atuar, por isso a importância de o crime ficar a cargo da Polícia Federal.

Paulão afirmou que a comissão vai pedir também uma audiência com o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Leonardo Goés, e com o governador do Mato Grosso, Pedro Taques, para tratar de titulação de terra aos pequenos trabalhadores de Colniza.

Segundo ele, a disputa por terra na região é um problema crônico que, se não resolvido, pode resultar em mais mortes. O deputado ainda cobrou maior atuação do Ministério da Justiça no caso.

Os integrantes da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara também fizeram uma audiência pública ontem (27), em Colniza, com moradores e representantes do poder público local. Além de Paulão, viajaram ao Mato Grosso os deputados Nilto Tatto (PT-SP), João Daniel (PT-SE) e Ságuas Moraes (PT-MT).

Os parlamentares não foram ao local das mortes por ser uma região de difícil acesso e eles não dispunham de helicóptero.

Paulão relatou que o clima entre os moradores da região é de medo e na audiência pública realizada pela comissão poucos tiveram coragem de falar publicamente. Segundo ele, para ouvir os moradores foi necessário fazer reuniões reservadas.

O deputado defendeu que é preciso forte mobilização da sociedade e do poder público para dar celeridade à apuração dos crimes e para que se consiga chegar não apenas aos executores, mas também os mandantes.

Os nove trabalhadores rurais foram assassinados por homens encapuzados. Sete vítimas são de Rondônia, uma de Mato Grosso e uma de Alagoas.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), conflitos fundiários são comuns há mais de dez anos na gleba onde ocorreram as mortes, com registros de assassinatos e agressões. A CPT informou que investigações policiais feitas nos últimos anos têm apontado que “os gerentes das fazendas na região comandavam rede de capangas para amedrontar e fazer os pequenos produtores desocuparem suas terras”.

Leia mais:

Corpo das nove vítimas de chacina em Colniza são sepultados

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Plantão Policial

Ladrões explodem caixa eletrônico em VG

Inicialmente, os ladrões usaram um maçarico para cortar o equipamento, mas não conseguiram e usaram explosivo.    Os bandidos fugiram
Plantão Policial

Em Sorriso 66 motos são apreendidas em operação da PM

"Esta é uma determinação do comandante, tenente coronel Márcio Tadeu Firme. Até o carnaval, faremos todos os dias blitz em