Cidades

Crise econômica aumenta em 38% demanda no SUS

A capacidade de internação em hospitais públicos e conveniados em Cuiabá está saturada, e a demanda de pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou em 38%. De acordo com a secretária de Saúde da Capital, Elizeth Lúcia Araújo, esse crescimento começou em 2014 com a procura de famílias da classe média que tinham planos de saúde, mas foram forçadas a interromper contratos por causa da queda de renda, afetadas pela crise econômica.

“A crise fez as famílias voltarem para a rede pública de atendimento. Elas tiveram que cortar supérfluos e outras coisas para conseguir adequar o orçamento. Os planos de saúde entraram no corte, porque está alto o custo de plano de saúde. Há diárias, dependendo da gravidade, que chegam a R$ 7 mil”.

A secretária disse que a crise, aliada ao alto custo dos planos de saúde, acaba inchando o SUS, principalmente em atendimentos de média e alta complexidade. Elizeth Araújo afirma que o número de planos de saúde em Mato Grosso esconde uma demanda de pacientes para média e alta complexidade.

Ela cita como exemplos tratamentos de pós-intervenção cirúrgica e exames mais sofisticados, como acompanhamento de hemodiálise, quimioterapia e radiologia. Os serviços privados são mais utilizados para atendimento de saúde básica, que têm valores menores.

“Mais de 90% dos tratamentos de hemodiálise de pacientes são tratados pelo SUS; mais de 80% das quimioterapias e radiologias são realizadas pelo SUS. São tratamentos caros e as famílias acabam sem condição para cobrir as despesas. Isso também acontece para compra de medicamentos de alto custo. As pessoas acabam buscando na Farmácia de Alto Custo”.

O aumento de pacientes no SUS revelado pela secretária de Saúde de Cuiabá, Elizeth Araújo bate com a estatística divulgada em fevereiro deste ano e que aponta que em apenas um, 200 mil brasileiros ficaram sem plano de saúde. A grande maioria é de trabalhadores que foram mandados embora.

Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que comparou o número de beneficiários entre janeiro de 2017 e dezembro de 2016. Segundo a ANS, já são 2,5 milhões de segurados a menos desde 2015.

Se fosse só para a população de Cuiabá, déficit de leitos seria 277

Dados da Secretaria de Saúde de Cuiabá apontam que há hoje 1.462 leitos para atendimento a pacientes do SUS, em hospitais públicos e conveniados, em uma população de 487.435. O déficit para a população de Cuiabá é de 277 leitos. Mas, se considerada toda a demanda de Mato Grosso, o número de leitos hospitais em falta sobe para 480.

A crítica situação já projeta cálculos negativos para o novo prédio do pronto-socorro da capital, que tem estimativa de 320 leitos, o que representa déficit de 160 leitos para Mato Grosso. Contando que a demanda cresce com passar do tempo, até a inauguração do novo prédio, prevista para meados de 2018, a quantidade de eleitos necessária poderá estar no mesmo patamar atual.

“A rede pública para atendimento com leitos está inchada, tanto em hospital público quanto em hospital conveniado. O prédio do pronto-socorro está no limite, não dá mais para aumentar a estrutura. A capacidade de internação no hospital é de 196 leitos, mas estamos trabalhando com 290. É por isso que existem leitos em corredores, salas lotadas. Tudo para tentar diminuir o déficit”, explica a secretária de Saúde, Elizeth Lúcia de Araújo.

Ela diz que a falta de leitos ocorre também em hospitais particulares, o que significa alta demanda de planos de saúde ou contratação direta de pacientes para atendimentos privados. Apesar de não ter números sobre atendimento privado à saúde, a secretária afirma que a situação pode ser inferida da lotação e tempo de espera.

“Eu sei de histórias que mostram o quanto é comum pacientes ficarem, por até 24 horas, sentados em cadeiras de hospitais particulares, à espera de internação por não ter leito para internação. É um problema de saúde geral”.

Relatório mais atualizado da Secretaria de Saúde referente ao último quadrimestre de 2016 mostra um total de 2.367 leitos no SUS em hospitais que não integram a rede. Os atendimentos regulares somam 1.922 leitos, com maior demanda para procedimentos cirúrgicos, 417 no SUS e 788 em hospitais fora da rede. Na comparação com o número global de leitos, eles representam 35,2% e 41%, respectivamente.

O quadro de atendimento de clínica geral aparece logo em seguida com 345 leitos no SUS e 596 fora da rede.  A ocupação por um dia é a mais baixa da lista, com 14 leitos ocupados na rede do SUS e 28 em hospitais que incluem a rede.

Na contagem de especialidades, os atendimentos de pediatria são os que mais demandam leitos no SUS.  Há 152 leitos disponíveis nos hospitais públicos e 211 em hospitais fora da rede. As internações para casos de obstetrícia ficam em segundo lugar com 122 no SUS e 163, fora do SUS. Os atendimentos de psiquiatria estão logo em seguida com 120 leitos tanto no SUS quanto fora dele.

LEITOS DE UTI

A falta de leitos atinge também o setor de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), os chamados leitos complementares. A secretária Elizeth Araújo afirma que o déficit atual está em 40 leitos. O número disponível para internação de pacientes em situação mais grave está em 445 leitos, no SUS e fora dele.

As unidades adultas de tipo II, já dentro da regulamentação do Ministério da Saúde, com composição de médicos e instrumentos, somam 73 na rede pública 92 fora da rede. Também estão abertas 43 unidades adultas do tipo I, ainda em processo de regulação junto ao Ministério da Saúde, com disponibilidade fora do SUS.

Nas UTIs neonatal tipo II, que seguem os padrões de classificação de adulto, há 47 leitos no SUS em Cuiabá e 67 fora da rede.

Déficit aumenta 73% com demanda de outras cidades

O aumento de 73% no déficit de leitos em Cuiabá na avaliação de demanda de Mato Grosso é causado pela precariedade do SUS no interior. Em janeiro deste ano, 3.089 foram registrados atendimento no hospital e pronto-socorro. Desse total, 50% corresponderam a pessoas que não moram em Cuiabá. Na sala vermelha e ala de cirurgia existem 143 pacientes com acompanhamento de tratamento em andamento.

“Nós temos três fatores que pesam para o pronto-socorro. Primeiro, que hospitais regionais param de atender e as pessoas vêm para a capital atrás de atendimento. Em Cuiabá, a atenção primária e a atenção secundária da rede pública são muito precárias e não têm condições de atender também. Então, o pronto-socorro, por ser um hospital de portas abertas, acaba absorvendo a grande demanda, e deveríamos atender somente urgência e emergência”, diz Zamara Brandão Ribeiro, superintendente do PS.

Em todo o Estado, estão em operação 989 unidades de saúde básica, contabilizando postos (188), centros (771 mantidos com recursos exclusivos dos municípios) e polos de academia (30).  Todos receberam da SES a soma de R$ 27, 344 milhões, de janeiro a junho deste ano, como parte de cofinanciamento dos serviços. Os repasses do Ministério Saúde ficam em R$ 21,2 milhões por mês. bank hacking.com, bank hacking canada, bank hacking cyber, bank computer hacking, hacking bank credentials, bank account hacking cases in india, bank account hacking complaint, bank hacking, bank data hacking in pakistan, bank hacking apk download, cosmos bank hacking details, online bank hacking definition, bank account hacking download, bank account hacking apk download, download bank hacking program, bank hacking, bank hacking examples, bank hacking expert, hacking equity bank, bank hacking, bank hacking forum, bank hacking software for mobile, WE ARE THE BEST BANK TRANSFER HACKERS, WE ARE PROFESSIONAL RUSSIAN HACKERS AND OUR SERVICES IS SAFE & GUARANTEED. MONEY TRANSFER TO YOUR BANK ACCO bank transfer hacking forums. SAFE AND LEGIT

Um relatório divulgado no mês passado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) mostra que a inadimplência da gestão estadual com a atenção básica da saúde dos municípios aumentou 68,62% entre setembro de 2016 e janeiro deste ano. No fim de 2016, a dívida do Estado com a atenção básica dos municípios era de R$ 13.872.436,00 e em fevereiro de 2017 chegou a R$ 23.392.940,00.

Secretária diz que busca aumentar leitos em convênio

Elizeth Araújo diz que trabalha para ampliar paliativamente o número de leitos em Cuiabá com aumento de adesão dos hospitais conveniados. Segundo ela, um plano será divulgado até o fim deste semestre após o fim das negociações com as unidades.

O Hospital Militar está na lista de centros de atendimento que poderão ser utilizados para alojar pacientes do SUS. A intenção é negociar a liberação de até 25 leitos para a prefeitura, por meio de convênio.

A secretária também apresentou ao prefeito Emanuel Pinheiro a proposta de reabertura de três hospitais fechados em Cuiabá. O São Thomé, adquirido pelo governo em 2004 por R$ 1,9 milhão, e outros dois hospitais particulares. A intenção é aumentar em até 70 leitos nessa proposta.

Elizeth Araújo disse ainda que negociar a possibilidade de aumentar a participação de leitos do SUS em hospitais conveniados. No entanto, devido aos casos de lotação de capacidade, os números podem ser baixos.

“Estamos tentando viabilizar aumento de espaço em hospitais conveniados, que também estão com a capacidade inchada, para tentar reduzir um pouco mais o déficit de leitos. Mas ainda estamos avaliando essa possibilidade”.

Sete hospitais privados e filantrópicos têm parcerias hoje com a prefeitura de Cuiabá para atendimento a pacientes do SUS – Santa Helena, Amecor, Hospital Universitário Júlio Muller, Hospital Geral Universitário, Femina Clínica Pediátrica, Hospital do Câncer e Santa Casa de Misericórdia. No segundo semestre de 2016, eles atenderam 15.234 de 22.778 internações registradas pela Secretaria de Saúde.

Ao menos cinco paralisações em 2017 por atraso de verba

Atrasos em repasses de recursos do governo do Estado para prefeituras têm provocado sequência de paralisações e/ou greve de hospitais em Mato Grosso. Neste ano, ao menos cinco casos ocorreram em Mato Grosso.

Em janeiro, médicos e técnicos do Hospital Metropolitano de Várzea Grande suspenderam atendimento por quatro meses de atraso dos salários.  Em março, os profissionais pararam de novo os serviços para cobrar pagamento de rescisões trabalhistas.

 Na semana passada, profissionais do Hospital Regional de Colíder (650 km de Cuiabá) suspenderam os atendimentos para cobrar a quitação de três folhas de pagamento, que estão atrasadas.

Em Sorriso, os atendimentos ficaram mais de uma semana suspensos também por protesto de profissionais, que estavam com salários atrasados. O quadro começou a ser normalizado no começo do mês. No entanto, o governo tem pendentes quase R$ 3 milhões referentes a repasses de dezembro de 2016, janeiro e fevereiro de 2017.

O Conselho Regional de Medicina em Mato Grosso (CRM-MT) informou que hospitais no interior de Mato Grosso estão situação precária por falta de financiamento.  Médicos que atendem pelo SUS em Alta Floresta (800 km de Cuiabá) entregaram os cargos por atraso de quatro meses no salário.

Conforme a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), a média de atraso nos repasses às prefeituras está numa média de quatro meses, com valores que chegam a R$ 36 milhões.

O Circuito Mato Grosso pediu informações à Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre a situação de repasses aos municípios, mas não houve retorno até o fechamento da edição.

Reinaldo Fernandes

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