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Polícia ainda não identificou suspeitos de autoria de chacina em Colniza

Foto: Reprodução

Uma equipe da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), comandada pelo delegado Marcelo Miranda, segue para a cidade de Colniza (1.065 km de Cuiabá-MT) para realizar trabalho de investigação sobre a chacina que ocorreu na Gleba Taquaruçu do Norte, nesta segunda-feira (24). A polícia ainda não tem nenhum suspeito do crime que terminou com o assassinato de nove pessoas. 

A Secretaria Estadual de Segurança de Mato Grosso (Sesp) já havia montado uma força-tarefa com 32 profissionais, que inclui 19 policiais militares, quatro policiais civis, três bombeiros militares, quatro peritos e dois pilotos do Cioaper na última sexta-feira (21).

O delegado irá realizar as investigações, juntamente com três investigadores, um escrivão e uma equipe de três peritos especializados em local de crime.

Crime

Perícia aponta que as vítimas sofreram tortura. Alguns corpos estavam amarrados e uma das vítimas teve uma orelha decepada.Vítimas foram assassinadas a golpes de facão e por tiros de uma arma calibre 12. Crime ocorreu no final da tarde do dia 19 de abril. Entretanto, a Polícia Civil foi comunicada no dia seguinte.

As vítimas foram identificadas pela equipe da Politec, composta por médico legista, papiloscopista e técnico de necropsia como: Izaul Brito dos Santos, de 50 anos, Ezequias Santos de Oliveira, 26 anos, Samuel Antônio da Cunha, 23 anos, Francisco Chaves da Silva, 56 anos, Aldo Aparecido arlini, de 50 anos, Edson Alves Antunes, 32 anos, Valmir Rangeu do Nascimento, 55 anos e Sebastião Ferreira de Souza, 57 anos, que era pastor da Assembleia de Deus.

Sites nacionais apontam que 4 homens são suspeitos da chacina na gleba Taquaruçu do Norte. Todavia, a Polícia Civil informou que por enquanto, não irá confirmar estas informações, "por entender que o caso requer maior tempo para sua completa elucidação". A Sesp deve emitir nota após ouvir comitiva com autoridades que visitam o local.

Repercussão

A Prelazia de São Félix do Araguaia lamentou, em nota, a chacina em Colniza e alertou para risco de novas situações violentas. Segundo a nota "as famílias de agricultores da Gleba Taquaruçu vêm sofrendo violência desde o ano de 2004". Neste período, em decisão judicial, a Cooperativa Agrícola Mista de Produção Roosevelt ganha reintegração de posse concedida pelo juiz de Direito da Comarca de Colniza, como anunciada na Nota da Comissão Pastoral da Terra, de 20 de abril deste ano. Em 2007, ao menos dez trabalhadores foram vítimas de tortura e cárcere privado e, neste mesmo ano, três agricultores foram assassinados.

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB/MT), informou em nota que acompanhará toda a investigação cobrando uma apuração rigorosa e correta do caso. Segundo a entidade "há muito tempo a questão agrária e fundiária, especialmente na região Norte de Mato Grosso, deixou de ser palco de disputa de terras para se tornar um cenário de violência constante e descontrolada".

A nota encerra afirmando que é inadmissível "nos dias de hoje, que a que episódios brutais como estes se transformem em estatísticas. Não vivemos numa terra sem leis e não podemos admitir que se pense o contrário".

Com Assessoria

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Redação

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