Foto Arquivo CMT
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), afirmou que as suas "pretensões" políticas continuam as mesmas após o Superior Tribunal Federal (STF) abrir inquérito para investigá-lo, sobre a acusação de ter recebido R$ 12 milhões da Odebrecht a título de propina – para sua campanha de reeleição ao Governo do Estado, em 2006.
Desde o ano passado, Maggi é apontado por líderes nacionais do PP como possível candidato à Presidência da República. No entanto, mesmo após o escândalo da Operação Carne Fraca – que atingiu em cheio o Mapa -, o ministro garantiu que nunca trabalhou para se tornar um previdenciável e que sua vontade era a de buscar a recondução ao Senado da República, em 2018.
"Vou continuar trabalhando e fazendo com que as coisas aconteçam para meu Estado e País. As minhas pretensões continuam as mesmas. Não vou mudar a minha vida, pois, de um dia para outro, surgiu uma coisa inesperada [citação na Lava Jato]”, afirmou Maggi, em entrevista a Rádio Capital FM, nesta última semana.
O ministro disse ainda estar confiante de que vai conseguir comprovar, logo no início das investigações baseadas nas delações de ex-executivos da Odebrecht, que "não existe nexo causal” que o ligue a denúncia de que em sua campanha ao Palácio Paiaguás, em 2006, ele teria recebido recursos via caixa dois da construtora.
“O Ministério Público tem todo o direito de achar e construir uma narrativa, mas precisa de provas. Estou confiante de que já nos primeiros debates eu consiga comprovar que não existe nexo causal ou algo que me ligue a este assunto”, explicou.
Citação
Maggi foi citado na delação de dois executivos da Odebrecht, Pedro Leão e João Antonio Pacifico, que apontaram um repasse de R$ 12 milhões para a campanha do ministro a reeleição ao Governo de Mato Grosso.
Segundo os delatores, o ministro teria designado, em 2004, os seus secretários Luiz Antonio Pagot (Infraestrutura) e Eder de Moraes (Fazenda) para cobrar uma propina da Odebrecht, no valor de R$ 12 milhões, para liberar pagamentos de obras realizadas pela construtora em Mato Grosso.
Blairo falou também que continua a mesma pessoa, mas "um pouco mais triste". "A questão de estar envolvido em um escândalo deste tamanho é muito ruim. Não mudei nada. Continuo a mesma pessoa. Hoje um pouco mais triste, mas o mesmo ser humano", finalizou o ministro.
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