A Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) da Capital indiciou e pediu a prisão do estudante Hemerson Fernandes Pedroso, acusado de ter abusado sexualmente de uma cadela. Nesta quarta-feira (19), um vídeo em que o jovem aparece fazendo sexo com o animal ganhou repercussão nas redes sociais e causou revolta da sociedade e de diversas Ongs (Organizações Não Governamentais) de proteção aos animais, que prometeram registrar boletim de ocorrências contra o acusado.
Morador do Pedra 90 em Cuiabá-MT, o rapaz deve responder por crimes de maus tratos e associação criminosa.
Segundo a Polícia Civil, Hemerson seria membro de um grupo de zoófilos – pessoas que têm atração e envolvimento sexual com animais de outras espécies –, com isso, policiais buscam identificar outros integrantes do grupo.
Após tomar conhecimento do vídeo, que ainda circula nas redes sociais, o delegado Gianmarco Paccola Capoani iniciou as investigações para identificar o homem que aparecia nas imagens.
“Os trabalhos se prolongaram por toda a noite de quarta-feira até a manhã desta quinta-feira (20), com a representação do pedido de prisão do rapaz, que não foi localizado pelas equipes policiais", disse o delegado.
Hemerson teria fugido de casa na noite de quarta-feira, depois de saber que o vídeo tinha sido vazado e que estava sendo procurado pela polícia. No pedido de prisão, o delegado ponderou a repercussão social das "cenas criminosas filmadas pelo próprio indiciado e publicadas posteriormente nas redes sociais, que geraram repugnância maciça na sociedade", inclusive extrapolando os limites locais.
Associação Criminosa
Por conta das investigações da Dema, Hemerson Fernades foi apontado como membro de um grupo de zoófilos. "Essas pessoas teriam por prática ilícita o contato físico com animais e, na sequência, a filmagem de tais atos e sua especulação do referido material, que circularia entre os indivíduos do grupo", explicou o delegado.
Testemunhas confirmaram o indício de envolvimento de outras pessoas na prática do crime. As buscas identificaram postagens de redes sociais, vinculadas a Emerson, além de outras fotografias (animais) ligadas a mais indícios de ilícitos penais.
Maus tratos
O crime de maus tratos foi vislumbrado pelas imagens do vídeo, que demonstram detalhadamente que Emerson está naturalmente se referindo aos membros do grupo e também por transparecer de que aquela não seria a primeira vez da prática sexual com a cadela.
"Isso está evidente quando, ao destinar o vídeo, utiliza as expressões “para os amigos que ainda não tinha visto meu vídeo”, ”aí vocês vão gostando ai óh”, ”galera ela tá no cio”", diz trecho do indiciamento.
A Polícia Civil também destacou a necessidade mandado de busca e apreensão para coleta de provas, como eventuais computadores e/ou celulares, bem como do resgate de animais que possam estar no endereço do indiciado, para maior profundidade do resultado das investigações.
Defesa dos animais
Para fortalecer a luta em defesa dos animais, a presidente da Organização de Proteção Animal de Mato Grosso (Opa), Michele Scopel, vai registrar nesta quinta-feira (20) um boletim de ocorrência, junto a outros representantes protetores dos animais contra o Emerson Fernandes.
“O que ele fez é uma monstruosidade. Infelizmente tem muito disso e a não é divulgado. Nunca tinha visto uma coisa dessas, a pessoa pra ter coragem de filmar é um demente, um monstro mesmo”, disse revoltada.
Há dez anos trabalhando no amparo aos animais, a voluntária diz que o caso não pode ficar impune, mas que o mais preocupante é saber que ele tem outros animais em casa.
“Esperamos que ele pague por isso. Mas principalmente, o que me preocupa são os animais. Nem dormi pensando nos animais, porque ele tem mais de um. A preocupação é saber como eles estão, o que ele fez com esses animais. A gente tem que descobrir pra poder resgatar. Porque pelo visto não é de agora que ele faz isso”, afirmou Michelle que irá acompanhar o caso para não cair no esquecimento.
Denúncias
Para informações sobre o paradeiro do rapaz procurado e de outros crimes contra animais e o meio ambiente podem ser feitas no 197 ou 181 da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso.
Com Assessoria