Foto: Assessoria TJ-MT
O desembargador Orlando de Almeirda Perri, da Primeira Câmara do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), atendeu ao pedido da defesa do empresário Walter Dias Magalhães Junior e determinou a suspenção das audiências referentes a ação penal derivada da Operação Castelo de Areia. A decisão foi proferida nesta terça-feira (18).
A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado, já atendeu a determinação do desembargador e suspendeu a audiência marcada para esta quarta-feira (19) em que testemunhas de acusação seriam ouvidas.
Walter e sua esposa, Shirley Aparecida Mutsuoka Arraba, são acusados de participarem de um esquema de golpes milionários em empresários atraídos com falas promessas.
Motivo da suspensão
Segundo Jorge Henrique Franco Godoy, advogado de Walter Magalhães, o pedido de suspensão foi em decorrência do próprio estado de saúde. Ao Circuito Mato Grosso, o advogado explicou que protocolou o pedido anterior à última audiência, realizada nesta segunda-feira (17), por motivos de saúde. No entanto a audiência foi realizada normalmente.
“Por estar com problemas de saúde, eu fiz um pedido para suspender a audiência passada, mas mesmo assim ela foi realizada. Então entrei com um pedido de habeas corpus para suspender a audiência e agora anular esta última, pois prejudicou a minha defesa, uma vez que o advogado constituído não acompanha o caso”, justificou Jorge.
Castelo de Areia
Deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e o Núcleo de Inteligência da Delegacia Regional de Cuiabá, unidades da Polícia Judiciária Civil, a operação Castelo de Areia levou a prisão de cinco membros de uma suposta organização criminosa que lucrou mais de R$ 50 milhões, por meio de crimes de estelionatos operados pela empresa Soy Group, com sedes em Cuiabá e Várzea Grande.
Em um dos golpes, uma vítima afirma que o vice-presidente da empresa Soy Group, o advogado João Emanuel, teria utilizado um falso chinês para convencê-lo em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões. O ex-vereador fingiu ser intérprete e falar mandarim.
O Ministério Público ofereceu denúncia contra oito pessoas, por constituição de organização criminosa e estelionato.
Na ação, além de Emanuel, também são réus: o irmão do ex-vereador, o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima; o pai dos dois, o juiz aposentado Irênio Lima; os empresários Walter Dias Magalhães Júnior, sua mulher Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal, e Marcelo de Melo Costa; o contador Evandro José Goulart; e o comerciante Mauro Chen Guo Quin.
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