Foto: Antônio Araujo/Mapa
Acusado de ter recebido R$ 12 milhões de executivos da construtora Odebrecht a título de propina para sua campanha a reeleição ao Governo de Mato Grosso, em 2016, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), admitiu a vontade de deixar o Ministério.
“Pela minha simples vontade sairia…, ficar significa um enorme esforço íntimo. Não é fácil passar por uma acusação injusta”, disse Maggi nas redes sociais, em resposta a reportagem da Revista Veja.
No entanto, de acordo com o ministro, ele deve continuar na equipe ministerial do presidente Michel Temer (PMDB) por conta da confiança demonstrada pelo setor do agronegócio.
“Tenho muitos assuntos sendo tratados, inclusive o caso da carne [Operação Carne Fraca], onde temos que nos reposicionar. Mas tenho um setor inteiro que confia no meu trabalho e não pode ser mais afetado neste momento”, declarou.
Segundo os delatores da Lava Jato João Antônio Pacífico Ferreira, diretor superintendente para as Áreas Norte, Nordeste e Centro Oeste da Odebrecht, e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, diretor de contratos da construtora, Maggi teria dado sinal verde a uma negociação, e o consequente pagamento, de uma dívida de R$ 80 milhões do governo estadual com a Odebrecht em troca de R$ 12 milhões para o caixa 2 da campanha ao Palácio Paiaguás.
As delações resultaram no pedido de abertura de inquérito contra Maggi apresentado pelo procurador geral da República (PGR), Rodrigo Janot, e acatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Lava Jato.
Depoimento inconsistente
Ainda em sua resposta, Maggi voltou a afirmar que as declarações dos delatores são mentirosas.
“O depoimento do delator é inconsistente e cheio de contradições em relação a mim. Estou levantando todas as informações e o farei com a maior transparência. Estou no time dos políticos que querem ver este assunto esclarecido o mais rápido possível”, declarou.
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