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Por G1
O passageiro que foi retirado à força de um avião da United Airlines antes da decolagem, por problema de overbooking, foi identificado nesta terça-feira (11) pela imprensa americana como David Dao, de 69 anos. De acordo com o "Courier Journal", há mais de 10 anos Dao foi detido e condenado por fraude em receitas de substâncias controladas. Enquanto sua licença estava suspensa, o médico participou de campeonatos de poker, e ganhou mais de US$ 234 mil, de acordo com o site "TMZ".
Um vídeo postado no Facebook (ASSISTA) no final da noite de domingo (10) mostra o incidente. O clipe mostra três homens usando equipamentos e coletes de segurança falando com o passageiro sentado no avião. Depois de alguns segundos, um dos homens agarra o passageiro, que grita e é arrastado pelos braços para a frente do avião. O vídeo termina antes que qualquer outra coisa seja mostrada.
Audra D. Bridges, que publicou o vídeo, contou, segundo o USA Today", que o homem ficou "muito chateado", disse que era médico e que precisava atender pacientes em um hospital pela manhã. O gerente avisou que a segurança seria chamada se ele não saísse voluntariamente e o homem disse que estava ligando para seu advogado.
De acordo com documentos analisados pelo "Courier Journal", Dao estudou medicina no Vietnã nos anos 1970, antes de se mudar para os Estados Unidos, onde trabalhava como pneumologista em Elizabethtown. O médico foi condenado por várias denúncias por fraude em novembro de 2004 e foi colocado em cinco anos de liberdade condicional superviosionada em janeiro de 2005. No mês seguinte, sua licença foi suspensa. O Conselho de Licença Médica do estado de Kentucky permitiu que ele voltasse a praticar medicina em 2015 sob certas condições, ainda de acordo com o jornal.
O site "TMZ" afirma que após perder sua licença, Dao passou a jogar poker e participou de campeonatos. Em 2009, ele ficou em segundo lugar em um campeonato no qual ganhou mais de US$ 117 mil. No total, seu perfil de jogador aponta para um ganho de mais de US$ 234 mil.
'Acontecimento perturbador'
Nesta segunda-feira (10), a United publicou no Twitter uma declaração de seu CEO, Oscar Munoz: "Este é um acontecimento perturbador para todos na United. Peço desculpas por ter que reacomodar esses clientes. Nossa equipe está mobilizada com um sentimento de urgência para trabalhar com as autoridades e conduzir a nossa própria revisão detalhada do que aconteceu. Também estamos chegando a este passageiro para conversar diretamente com ele ainda mais e resolver esta situação".
Nesta terça, o CEO publicou um novo pedido de desculpa em que assume a responsabilidade da empresa pelo ocorrido. "Ninguém deveria ser tratado dessa maneira", diz a nota de Munoz. "Quero que vocês saibam que assumimos toda a responsabilidade e vamos trabalhar para fazer a coisa certa", afirma. No comunicado, Munoz diz que fará uma revisão das políticas da empresa, e o resultado será divulgado no dia 30 de abril.
Segundo o relato da passageira Audra Bridges ao jornal "USA Today", os passageiros foram informados no portão de que o voo que ia de Chicago a Louisville estava lotado e a United oferecia US$ 400 e uma estadia em hotel a um voluntário para tomar outro voo para Louisville às 3h00 da segunda-feira.
Os passageiros foram autorizados a embarcar no voo, Bridges disse, e depois que todos estavam na aeronave foram informados de que 4 pessoas precisariam descer porque teriam de ceder seus lugares a funcionários da própria empresa, que precisariam fazer um outro voo no dia seguinte. Os passageiros foram informados de que o voo não decolaria até que a tripulação da United tivesse assentos, disse Bridges, e a oferta foi aumentada para US$ 800, mas ninguém quis.
Então, ainda segundo a versão de Bridges, um gerente subiu a bordo do avião e disse que um computador selecionaria quatro pessoas para serem retiradas do voo. Um casal foi selecionado primeiro e deixou o avião antes que o homem no vídeo fosse confrontado.