Marcus Mesquita/MidiaNews
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Mauro Curvo, afirmou que o Ministério Público Estadual (MPE/MT) ainda não recebeu as provas do ex-deputado José Geraldo Riva que certificam o conteúdo do depoimento dele à juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá, que envolve os nomes de 33 políticos.
“Pelo que eu conversei com colegas que atuam no processo, naquela audiência não foi apresentada provas. Ele [Riva] apresentou uma versão para aquela situação que foi colocada no processo”, explicou o procurador-geral em entrevista à rádio Capital FM, nesta segunda-feira (10).
Riva disse que dezenas de parlamentares se beneficiaram de propina em troca de apoio ao Poder Executivo, desde o governo de Dante de Oliveira. O depoimento do ex-parlamentar é derivado da Operação Imperador, que investiga suposto desvio de R$ 61 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), entre os anos de 2005 e 2009.
“A gente não descarta a veracidade disso, também não descarta a possibilidade de não ser verídico. Agora estamos no aguardo das provas, que terão que ser apresentadas para amparar o depoimento”, informou Curvo.
Possível delação
A defesa de José Riva tem afirmado que o ex-deputado está disponível para fechar um acordo de colaboração premiada com a Justiça. No entanto, boatos nos bastidores estariam apontando para uma possível “resistência” do MPE ou “pressão do Executivo”, para não acatar tal possibilidade.
Curvo disse que não tem conhecimento de nenhum tipo de pressão do Executivo ou resistência do MPE.
“Nunca ouvi dizer nada parecido nesse sentido. Posso falar por esse momento que venho trabalhando à frente do MPE. Nunca aconteceu nada que passe perto de um início de caminho dessa pressão para que a gente deixe de agir ou tome algum tipo de posição, nunca aconteceu isso”, justificou.
O procurador-geral ainda convidou as pessoas que vierem a ser integrantes de organizações criminosas e queiram sair da criminalidade, para que procure o MPE e informe das ilegalidades das quais tem conhecimento. Ele explica que se for o caso de uma delação premiada, é preciso negociar as condições e provas que o colaborador deve apresentar.
“Qualquer pessoa que esteja envolvida em uma organização criminosa e quiser deixar a organização, colaborar com a Justiça e obter vantagens que a lei prevê nesse tipo de situação, pode nos procurar”, comunicou, acrescentando ainda que o MPE tem o dever de ouvi-los.