Foto: Willian Matos
O ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), criticou o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea) quanto ao relatório que apontou falhas nas obras da Orla do Porto e nas do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), durante sua gestão no Executivo municipal.
Após denúncias feitas pela imprensa, em fevereiro a equipe de Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) fez vistoria nas obras da Orla, que resultou no relatório com diversos apontamentos de falhas estruturais e falta de acessibilidade que foi encaminhado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano no dia 21 de março.
Mesmo afirmando não ter conhecimento do relatório, Mendes questionou a presença do órgão quando a região estava abandonada.
“Onde estava o Crea durante tantos anos que aquela área esteve abandonada, que era frequentada por drogaditos, que tinha esgoto jogado a céu aberto e tantas e tantas irregularidades? Onde estava o Crea quando as obras do VLT estavam sendo feitas e tantas outras confusões?”, indagou o político.
Mauro admitiu a existência de problemas que “podem e devem” ser consertados pela atual administração.
“Fiz obras durante toda a minha vida, estou acostumado a ver obras ter problemas e problemas serem resolvidos. Agora cabe a administração tomar as providências se realmente elas forem pertinentes. O Crea é uma instituição que tem as sua credibilidade, mas ele não é nenhuma autoridade pra ficar falando e ter a verdade absoluta”, criticou o ex-prefeito.
O relatório
Inaugurada pela Prefeitura de Cuiabá em dezembro de 2016, a revitalização da Orla do Porto custou R$ 24 milhões; foi uma das últimas obras a ser entregue por Mauro Mendes. O projeto compreende um trecho de 1.300 metros, entre as Avenidas Miguel Sutil e XV de Novembro.
No relatório, os fiscais apontam terem encontrado problemas em todos os elementos que compõem a orla que são um “teatro de arena”, um mirante, cinco restaurantes, um conjunto de banheiros públicos, espaço cenográfico, calçadão para caminhadas e ciclovia pavimentada.
De uma forma geral, conforme o Crea, as falhas encontradas são resultantes de falha na execução da obra ou na concepção do projeto, sendo a maioria de fácil correção. “Entende-se que a referida obra foi entregue inacabada, e que não ultilizaram-se técnicas apropriadas de engenharia”, diz trecho do documento.
Porém, segundo consta no documento, há problemas de ordem estrutural que oferecem riscos aos usuários do espaço, como afundamento do aterro – que causa trincas e rachaduras na calçada –, guarda corpos que não oferecem segurança adequada à crianças ou pessoas de baixa estatura, instalações elétricas improvisadas e sem isolação, construções em andamento e sem tapumes e poços com tampas de concreto desnivelados, que aumentam o risco de acidentes.
Leia mais:
Obra mal feita reflete pressa de Mauro Mendes para inaugurar Orla do Porto