Política

Moro é confrontado em audiência na Câmara; Vídeo

Foto: reprodução

Por Carta Capital

Convidado para palestrar na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa mudanças no Código de Processo Penal, o juiz Sérgio Moro acabou confrontado por deputados do PT. José Geraldo, da Bahia, acusou o magistrado de abuso de autoridade. “Ninguém cometeu mais abusos do que você”, afirmou o parlamentar, que teve a palavra cortada pelo colega Danilo Forte, do PSDB do Ceará.

O petista Paulo Teixeira, de São Paulo, perguntou ao juiz sobre o vazamento ilegal das conversas telefônicas entre a ex-presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. “Vossa excelência quebrou o sigilo telefônico da presidente Dilma e foi repreendido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. No contexto de um golpe parlamentar, vossa excelência queria derrubar a presidente Dilma?”

O debate se deu em um momento no qual o Senado discute uma lei contra o abuso de autoridade, que em algum momento passará pela Câmara dos Deputados. Os parlamentares estão incomodados com o ativismo judicial e a criminalização da política. Juízes, procuradores da República e policiais federais temem que uma legislação desse tipo sirva apenas para inibir o combate à corrupção.

Por conta das circunstância, a audiência de Moro na comissão tornou-se um embate a respeito da lei. Segundo Teixeira, os congressistas não desejam impedir o combate republicano à corrupção. “Queremos evitar que os juízes façam política partidária. O juiz pode sim fazer política. Ele pode se afastar da Justiça e se candidatar, por exemplo, mas o abuso de autoridade é para inibir a atuação político-partidária enquanto no cargo.”

Wadih Damous, do Rio de Janeiro, criticou o que considera excessos da Operação Lava Jato. “Em função do que acontece no Paraná, não sei se estou ensinando corretamente aos meus alunos de Direito. O que se percebe hoje é um laboratório punitivista, em que os fundamentos do Estado democrático de Direito estão sendo pulverizados”.

Moro se recusou a responder às perguntas e argumentos dos deputados do PT. “Não me cabe aqui ficar respondendo a parlamentares que fizeram perguntas ofensivas. Peço escusas, mas não vou responder”. 

O magistrado também negou ser ativista ou atuar de maneira parcial: “No caso da Lava Jato, minha posição como juiz é totalmente passiva. Eu aprecio pedido das partes, mas muitas vezes o cumprimento imparcial da lei é compreendido como ativismo”.

 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões