Foto: Willian Matos
Com Valquiria Castil
A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) deflagrou na manhã desta quarta-feira (29) a Operação Pérfido, que busca investigar crimes de associação criminosa e desvios de dinheiro público, supostamente realizados por empresários e servidores da Prefeitura Municipal de Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá).
Os suspeitos já foram encaminhados para a Defaz para prestarem esclarecimentos. Ao todo foram emitidos nove mandados de prisão preventiva, nove buscas e apreensão e sete mandados de conduções coercitivas são cumpridos.
Na investigação é apurado esquema de corrupção, concussão, sonegação de impostos e outros crimes praticados por uma organização criminosa constituída por servidores municipais, que em conluio com os empresários e contribuintes várzea-grandenses, provocaram grande prejuízo à Prefeitura.
Segundo a Defaz, os membros da organização criminosa burlavam o sistema de banco de dados de gestão tributária para reduzir, dar baixa ou cancelar indevidamente créditos tributários, frustrando a arrecadação do município de Várzea Grande, em benefício dos próprios servidores e empresários.
Por se tratar de uma investigação ainda em andamento, a operação segue em segredo de justiça. Todas as ordens judiciais foram decretadas pelo juiz Abel Balbino Guimarães, da 4ª Vara Criminal de Várzea Grande. Cerca de 80 policiais civis participam da operação.
O nome da operação foi inspirado no adjetivo utilizado para qualificar alguém como desleal, infiel ou traiçoeiro.
Contribuição da Prefeitura
Segundo a assessoria, a Operação Pérfido teria se originado de uma notificação que a prefeita Lucimar Campos (DEM) recebeu em 2015 de uma empresa de contabilidade que fazia os serviços contábeis e de arrecadação do município, na qual haveria inconsistências de notas emitidas e impostos recolhidos.
Por conta dessas suspeitas de irregularidades, procedimentos internos foram abertos para apurar os fatos.
A Prefeitura afirmou que aguarda um posicionamento da promotoria do Ministério Público Estadual (MPE) para se pronunciar, uma vez que a investigação se encontra em sigilo.
9h26 – Até agora as informações apontam dez investigados, o Circuito Mato Grosso teve acesso a alguns nomes no qual a Defaz realiza buscas e apreensão. São eles: João Gladki Petrenko, Nelson Mendes Martins, Valdemil Dias de Miranda, Fernanda Deitos de Almeida, Anthoniel Gomes Martins, Kaue Teruo Refes Takada e André Garcia Cazelotto.
9h46 – Apontado como fiscal de tributos do município, o ex-presidente da Câmara de Várzea Grande, Edil Moreira é um dos investigados. Ele é suspeito de ser um dos beneficiados do esquema.
10h00 – A Defaz já cumpriu as nove prisões preventivas e uma condução coercitiva. O advogado do fiscal de tributos do município João Gladki Petrenko, Eduardo Fraga, confirmou a prisão do cliente e a condução coercitiva do gerente de Sistema de Informação da Saúde em Várzea Grande, Mario Marcio Carrijo.
10h35 – Na Defaz o empresário José Longo de Arruda presta depoimento e fala de uma dívida que tinha com município no valor de mais de R$ 17 mil, referente a débitos de IPTU dos anos de 2014, 2015 e 2016. Ele negou ter negociado o pagamento de valores de propina à servidores para quitar o débito e garantiu a existência de comprovantes de pagamento do tributo.
10h43 – O vereador Carlos Garcia (PSB), ex-procurador do município, também esteve na Defaz conduzido coercitivamente. Para ele a condução se tratou de um procedimento de praxe, uma vez que conhece algumas pessoas, que supostamente estaria envolvida no esquema.
“Eles perguntaram sobre irregularidades de serviços prestados na Secretária de Fazenda do Município. Se eu conheço fulano, cicrano, os fiscais de tributos da Prefeitura, se eu tenho conhecimento das irregularidades”.
11h01 – Os investigados presos coecertivamente serão ouvidos a tarde no Fórum de Várzea Grande.