Após morte de funcionário, sindicato paralisa distribuição dos Correios

Devido a morte de um funcionário dos Correios de Várzea Grande, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso (Sintect-MT) determinou a paralisação dos serviços no Centro de Distribuição dos Correios de Mato Grosso, no bairro Cristo Rei, nesta terça-feira (28). A categoria entrará em greve em solidariedade ao colega, mas principalmente reivindicando melhores condições de trabalho. 

Mesmo com várias denúncias sobre insalubridade no ambiente de trabalho, Celso Luis Gomes, 43 anos, acabou sendo vitimado pela contaminação de fezes de pombo. Ele era funcionário dos Correios de Várzea Grande há 23 anos e teve a morte confirmada neste neste domingo (26), após passar 15 dias internado no Hospital Santa Rosa em Cuiabá.

Segundo informações do Mato Grosso Mais, colegas de trabalho afirmaram que o funcionário teria passado mal em fevereiro deste ano e um exame constatou uma mancha em seu pulmão. “Após isso, ele começou a sentir fortes dores de cabeça. Fez uma tomografia e já foi imediatamente para a UTI”, contou uma amiga.

Após a retirada de um líquido da cabeça dele para exame, descobriram que se tratava do fungo do pombo”, acrescentou ela.

No local de trabalho há ninhos de pombos na estrutura do prédio, fato que contribui para a contaminação de doenças na Central de Distribuição dos Correios. O pânico entre os 150 trabalhadores aumentou com a morte de Celson Gomes.

Na página do Sintec-MT foi divulgado um boletim apontando a morte do funcionário como uma "tragédia anunciada".

O secretário de assuntos jurídicos do sindicato, Alexandre Aragão, disse que a entidade já entrou com uma ação civil pública junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) pedindo a interdição do prédio. "Nós nos reuniremos em frente ao Centro de Distribuição para fazer a greve. Será greve total", afirmou Aragão, que alertou que não haverá distribuição em nenhuma parte do Estado. 

No boletim, há um desabafo do sindicato. “Infelizmente os Correios têm dinheiro para bancar patrocínios, altos salários e viagens internacionais dos dirigentes da alta cúpula, mas alegam não ter dinheiro para investir em condições mínimas de trabalho e saúde em suas unidades”, declarou.

Denúncias de trabalhadores em relação a infestação de pombos, ratos e até escorpiões, com registros fotográficos são apontadas no boletim. “O problema é geral não só da área operacional. Temos várias fotos de pombos habitando as caixas de ar condicionado que refrigeram o segundo andar (área administrativa do CTCE)”, relata trecho do informativo.

Uma das denúncias, feita em 2014, foi impetrada pelo MPT, “mas até o momento não foram tomadas providências por parte daquele órgão”,diz publicação feita no site do Sindicato.

Confira abaixo: