Foto: Willian Matos
Durante a entrega da Central de Regulação de Saúde de Mato Grosso, na manhã desta segunda-feira (27), o governador Pedro Taques (PSDB) pontuou ressalvas quanto a administração das Organizações Sociais de Saúde (OSSs). De acordo com o tucano a administração da saúde pública dever ser primeiramente do Estado.
“Existem organizações sociais que são sérias. Eu defendo o que está escrito na Constituição e nas Leis, tem que ser preferencialmente pública, depois filantrópica e depois da iniciativa privada. Mas não sou contra a iniciativa privada na saúde, desde que não seja com picaretagem”, pontuou o tucano.
Segundo Taques, a competência da administração hospitalar deve ser decida através dos Conselhos que representam a sociedade. “Nós temos conselhos, que é exemplo da democracia participativa e dialógica”, afirmou.
O governador reconheceu também os desafios que tem encontrado em “virar a chave” e trazer bons resultados na área da saúde. Ele apontou que a situação precária no setor é resultado de anos de descaso.
“Nós não temos condições de fazer em dois anos, pois a saúde em Mato Grosso não foi arrebentada, estragada, violada e desrespeitada em dois anos”, ressaltou Taques, afirmando que é necessário ao menos ter um sistema ético para o cidadão.
Central de Regulação
Atendendo uma exigência do Ministério da Saúde, o Complexo Regulador Estadual e a Central de Urgências do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), inaugurado depois de 12 anos, visa agilizar os atendimentos à população para não ficar muito tempo na lista de espera para realizar cirurgias de média e alta complexidade.
Foram cerca de R$ 35 milhões de recursos federais utilizados para equipar e mobiliar a Central, que atenderá de forma interligada com as 16 regionais e os 141 municípios de Mato Grosso.
Para Luiz Soares, secretário que assumiu recentemente a pasta, a reforma do Complexo traz autoestima para quem trabalha na saúde pública e frisa a importância para a população. “Tem impacto de facilitar a vida do cidadão usuário do SUS e também dar visibilidade ao gestor sob o ponto de vida de fluxo, planejamento, destinação orçamentaria e financeira”, pontuou importância de se investir na saúde.
A superintendente do Samu, Graziela Pacheco, afirmou que a cada 24 horas são registrados uma média de 200 atendimentos. No mês, a média chega a 5 mil atendimento em todo o Estado. A ligação é atendida pelo tele atendente que transfere a ligação para o médico regulador destinar qual ambulância (básica ou avançada) deve ser utilizada, seguindo a classificação de risco.
“Há 10 anos esperávamos essa concretização da inauguração da Central de Regulação das Urgências. Em termos de atendimento, vamos melhorar a questão do monitoramento das nossas ambulâncias, a capacitação da equipe e com essa adequação pretendemos ampliar a estrutura em termos de frota nova”, ressaltou Pacheco.
Segundo a superintendente, as dificuldades não são apenas no quantitativo, mas em questão de recursos humanos. “Mesmo com um quantitativo baixo de unidades para atender, nós realizamos todos os atendimentos. Acontece casos em que a vítima chega a esperar cerca de 40 minutos a uma hora por um atendimento móvel”, revela.
Atualmente Cuiabá trabalha com uma frota composta por três ambulâncias básicas e duas avançadas. Já em Várzea Grande são duas básicas e uma avançada.